13 de maio de 2012

13 de maio - dia de luta contra o racismo


Hoje, 13 de maio de 2012, completa exatamente 124 anos da abolição da escravatura. No entanto, o que temos a comemorar? Mais e cem anos livres da escravidão e uma das maiores desigualdades social e econômica do mundo? Uma população descendente dos negros libertos pela Princesa Isabel que se encontra à margem de todo o contexto político, econômico e social, aos quais foram relegados depois da abolição?
A omissão do Estado Brasileiro em relação à situação em que ficaram os grupos de ex-escravos libertos e tirados das fazendas?
"Quando estávamos no Ensino Fundamental, aprendemos que a Princesa Isabel num ato de humanidade foi defensora da abolição quando assinou a Lei Áurea, lei que libertava todos os escravos do Brasil Imperial. Hoje percebemos que ela não tinha outra alternativa senão libertá-los." (Jayane - estudante do Ensino Médio). Movimentos abolicionistas ganharam respaldo popular, as críticas à legislação que estabelecia a abolição aos negros que completassem 65 anos (Lei dos Sexagenários) e ataques oposicionistas republicanos, pressionaram a uma decisão definitiva: a Abolição da Escravidão no Brasil. Um acontecimento que hoje denominamos de "falsa abolição da escravidão".  Para onde iriam uma massa de população de ex-escravos, sem emprego, sem terras, sem nada? Muitos deles arranjaram empregos que pagavam pouco, porque era tudo que os brancos lhe ofereciam. A liberdade dada aos negros escravizados, não tinha estrutura que garantisse a efetivação da cidadania.
Entre as consequências dos séculos de escravidão no Brasil, o país apresenta um quadro de exclusão social de uma população negra. Os descendentes de africanos não participam igualitariamente na sociedade brasileira, sendo vítimas de preconceito e discriminação racial manifestados pelo racismo contra negros e negras em nossa sociedade: desemprego, subemprego, falta de moradia, péssimos serviços de saúde e educação, falta de oportunicade de emprego, preconceito e discriminação racial em todos os níveis, são as mazelas sociais que atingem a maior parte dessa população.
Segundo o Mapa da violência de 2011, de cada três jovens assassinados, dois são negros; enquanto o assassinato de jovens brancos caiu 23,3%, o assassinato de jovens negros cresceu 13, 2%. No Relatório Desigualdades Raciais da UFRJ de 2010, consta que a cada dia morrem 2,6 mulheres pretas ou pardas por complicações na gestação.
O drama dos pobres se aprofundam estruturalmente quando em sua maioria são negros: a mulher negra, a criança negra, o idoso negro, o doente negro, o homem negro são vítimas da discriminação, vítimas do esquecimento.
A luta hoje é mais ampla, é uma luta por uma sociedade mais humana, justa e democrática. É a luta pela sobrevivência.
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