6 de julho de 2015

Racistas, sexistas, homofóbicos, machistas e politicamente corretos - a deficiencia intelectual de grau moderado da nossa sociedade.



Imbecibilidade, segundo as informações que constam na maior enciclopédia livre do mundo, é um termo em desuso pelo fato de ser agressivo, por isso substituído pela expressão do título dessa postagem. Aliás, neste acaso específico, imbecibilidade seria o termo correto para definir as ações impetradas e noticiadas nestes últimos dias que merecem um momento de reflexão ou análise dos fatos, sem fazer nenhuma pretensão psicológica do perfil dos agentes ativos das situações.
Expressão que vem do latim "Imbecillitas atis" significa Covardia; ausencia de bravura ou coragem.
Em todas as suas definições, retratam o perfil de uma sociedade que não tolera o outro, principalmente quando esse outro  é negro/índio ou mulher, ou homossexual.

Uma sociedade em que os valores compartilhados ferem a dignidade do outro, padece de uma doença crônica de ausência de humanidade. Então vamos começar a destilar o veneno, deixar cair as gotas da história nessas atitudes enraizadas de crueldade e desrespeito à dignidade humana.

Os alvos dessa crueldade são sempre os mesmos, porque há uma necesidade de denegrir, inferiorizar, diminuir  o outro para que alguns se sintam elevados numa escala social que beira a "sociopatia". A exposição da figura feminina violentada, estuprada, dá uma ideia dos monstros que estamos parindo. As fotos da presidente Dilma, numa montagem pornográfica, fazendo apologia ao estupro, em adesivos vendidos pela internet em um site de compra (ressaltando que foram retirados do site até o momento dessa publicação), são ofensivas, degradantes. Não é só por causa da posição que essa mulher ocupa no Brasil, mas é pelo fato de ser mulher. Independente de qualquer posição ou situação, de ser rica ou pobre, professora, lavadeira, atriz, dançarina... é o corpo violado sendo punido por ser mulher. Interessante como nunca fizeram nada parecido com FHC ou Lula, já que a justificativa foi antipetista. Já pensaram como seriam esses adesivos? Nem pensem, pois uma sociedade pautada no machismo, imagens pornográficas de homens expostas dessa forma seriam inconcebíveis. E ainda nos surpreendemos com o índice de crimes contra a mulher! Diante do que estamos presenciando, é terrível constatar que atitudes como essas são compartilhadas por muitas mulheres, qua ainda não se emanciaparam intelectualmente e vivem a sombra da imbecibilidade.

Nesta semana, em rede social,  a dignidade da mulher negra foi abalada na pessoa da jormalista Maria Julia Coutinho na pagina do JN com insultos e ofensas, e os internautas se deram conta que a tal democracia racial nesse país não passa de demagogia barata. Comentários como "que crueldade!", "como pode existir gente assim?" demonstraram que tem muita gente alheia ao que acontece de fato no reino encantado da hipocrisia. Tem muita gente assim, esse caso é o mínimo da crueldade que as pessoas fazem com negros e índios, e não é vitmismo não, é a realidade nua e crua.
Quantas páginas na internet de redes sociais são denunciadas pelo teor racista e homofóbico, que incitam o ódio, a degradação! Quantas situações humilhantes que mulheres e homens comuns passam quando entram em lojas, quando são chamados de macacos, quando são objetos de piadas...

E por falar em piadas, nada melhor que rir do outro. Rir porque é feio, é gordo, é preto, é gay. Para um grupo de defensores da moral e dos bons costumes, gay não é gente. Então abre precedentes para agredir, espancar, matar homossexuais. O Brasil é campeão em crimes de homofobia, o ódio é incitado nas bancadas parlamentares, nos discursos de alguns religiosos, para justificar a construção da sociedade perfeita, onde as referidas aberrações não são aceitas, são imperfeitas, portanto precisam ser eliminadas. A sentença de morte está declarada, salvem-se quem puder!

Essa sociedade padece da doença do preconceito com altas doses de ignorancia e espalha o vírus através de agentes como a mídia, a política, os altares de igrejas, os homens bons.  São situações reais e banalizadas porque fomos criados a imagem e semelhança de um padrão civilizatório fundamentado no homem, branco  e cristão que decidiram em muitos momentos da história quem seria civilizado, quem poderia participar do banquete, com quem deveriam casar, quem moraria na casa grande ou na senzala. Foram os defensores da família que determinaram que a mulher não poderia estudar, trabalhar, votar, sentir prazer. Que foram contra a abolição e contra o casamento entre negros e brancos, resultando em leis de branqueamento, excluindo a população negra em todos os aspectos do nosso Brasil.

Essa foi a herança da colonização e que ainda colhemos o fruto da deficiencia intelectual de grau moderado, a imbecibilidade.





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