1 de setembro de 2013

Entenda o conflito na Síria



Nos últimos dias os  noticiários televisivos e digitais divulgaram fotos e registros  do massacre  e sofrimento humano causados pelo conflito na Síria, que começou no ano de 2011. Segundo as últimas informações já passam de 100 mil pessoas mortas até hoje, inclusive crianças.  Mas quais são as causas deste conflito? Como começou?

Esta postagem vai ajudar a entender o que está acontecendo por lá. Vamos começar quando houve um levante contra o presidente Bashar AL-Assad, em 2011. Episódio que compôs uma série de levantes contra os ditadores, a chamada Primavera Árabe.

Em meio à onda de manifestações no oriente médio e no norte da áfrica como críticas ao desemprego, pobreza e poucas perspectivas, e os grupos que dominavam o poder com ditaduras por décadas, os protestos ganharam  força nas redes sociais. Líderes foram derrubados numa sequência impressionante. Porém na Síria, a “primavera” não conseguiu se estabelecer, a família Assad que permaneceu por mais de 40 anos no poder,  desde 1971 quando o pai do atual presidente, assume o governo depois de um golpe de Estado. Ele só  foi substituído ao morrer, pelo filho, Bashar AL-Assad.
A Síria é majoritariamente um país islâmico, onde o governo de Al – Assad conta com  o apoio de uma minoria religiosa xiita, em detrimento de uma maioria sunita. Por isso  recebe apoio do Irã e do grupo radical libanês o Hezbolah, controlados pelos xiitas.

Em 2011, o governo utilizou da força para deter os protestos, mas dessa vez os sírios pegaram em arma s e se organizaram em grupos rebeldes para combater o exército. O conflito armado se transformou em uma guerra civil. Radicais islâmicos sunitas contra as forças de Assad são responsáveis pelo cenário de guerra e crise econômica que assola o país desde então. A sociedade civil então está imersa numa guerra travada entre um governo e seu exército que não representa a população e grupos de oposição que não têm poder bélico, mas que representam diversos seguimentos do povo sírio. 

Desde que o conflito começou, mais de 2 milhões de sírios deixou o país, milhares estão desalojados, um país em ruínas. Uma situação intolerável, mas que os lideres internacionais não apresentaram nenhuma estratégia de intervenção capaz de acabar com o conflito na Síria. Quais seriam os motivos da omissão da comunidade internacional?  Por que a ONU não age na Síria? Este questionamento deve suceder a este relato,  uma vez que depois da 2ª Guerra Mundial a ONU tem a missão de fomentar a paz entre as nações, monitorando o cumprimento dos Direitos Humanos e promovendo o respeito às liberdades individuais



Pois bem, como em todo jogo político, a comunidade internacional também joga de acordo com os interesses. Vou explicar: o Conselho de segurança é formado por Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia. EUA, França e Reino Unido são favoráveis a uma intervenção para conter a violência na Siria (eles têm interesse na queda de Assad), por outro lado, China e Rússia são contrários porque são aliados de Assad, e contrários à intervenção. Neste jogo de poderes, quem acaba perdendo é a população civil, alheia aos interesses da comunidade internacional e vítima em potencial de todos os tipos de armamento.

Dia 21 de agosto deste ano, um suposto ataque com armas químicas atingindo até mulheres e crianças, imagens exibidas por redes de televisivas de todo o mundo, coloca a Síria em evidência mais uma vez, apresentando um cenário desolador de miséria e violência. Foram contabilizadas 300 mortes por gás tóxico. Agora, as relações internacionais ficam estremecidas depois do pronunciamento do secretário de Estado dos EUA, Jonh Kerry, onde afirma que o uso de armas químicas ultrapassa todos os limites e não fere apenas os sírios, mas a todas as nações – as armas químicas são proibidas pela ONU. Será que agora haverá uma intervenção da ONU?  Morte por armas químicas é mais desumano do que por armas tradicionais? Bom isso  é assunto para outra postagem.


O  fato é que estamos na expectativa de uma intervenção militar na Síria.  O que se percebe é que a saída de Bashar AL-Assad é inevitável, o que resta saber é quantas vidas ainda serão ceifadas para que isso aconteça. 
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