Nos últimos dias os noticiários televisivos e digitais divulgaram fotos e registros do massacre e sofrimento humano causados pelo conflito na
Síria, que começou no ano de 2011. Segundo as últimas informações já passam de
100 mil pessoas mortas até hoje, inclusive crianças. Mas quais são as causas deste conflito? Como começou?
Esta postagem vai ajudar a entender o que está acontecendo
por lá. Vamos começar quando houve um levante contra o presidente Bashar AL-Assad,
em 2011. Episódio que compôs uma série de levantes contra os ditadores, a
chamada Primavera Árabe.
Em meio à onda de manifestações no oriente médio e no norte
da áfrica como críticas ao desemprego, pobreza e poucas perspectivas, e os grupos
que dominavam o poder com ditaduras por
décadas, os protestos ganharam força nas
redes sociais. Líderes foram derrubados numa sequência impressionante. Porém na
Síria, a “primavera” não conseguiu se estabelecer, a família Assad que permaneceu
por mais de 40 anos no poder, desde 1971
quando o pai do atual presidente, assume o governo depois de um golpe de
Estado. Ele só foi substituído ao morrer,
pelo filho, Bashar AL-Assad.
A Síria é majoritariamente um país islâmico, onde o governo
de Al – Assad conta com o apoio de uma minoria
religiosa xiita, em detrimento de uma maioria sunita. Por isso recebe apoio do Irã e do grupo radical libanês
o Hezbolah, controlados pelos xiitas.
Em 2011, o governo utilizou da força para
deter os protestos, mas dessa vez os sírios pegaram em arma s e se organizaram
em grupos rebeldes para combater o exército. O conflito armado se transformou
em uma guerra civil. Radicais islâmicos sunitas contra as forças de Assad são
responsáveis pelo cenário de guerra e crise econômica que assola o país desde
então. A sociedade civil então está imersa numa guerra travada entre um governo
e seu exército que não representa a população e grupos de oposição que não têm
poder bélico, mas que representam diversos seguimentos do povo sírio.
Desde que o conflito começou, mais de 2 milhões de sírios
deixou o país, milhares estão desalojados, um país em ruínas. Uma situação
intolerável, mas que os lideres internacionais não apresentaram nenhuma estratégia
de intervenção capaz de acabar com o conflito na Síria. Quais seriam os motivos
da omissão da comunidade internacional? Por
que a ONU não age na Síria? Este questionamento deve suceder a este
relato, uma vez que depois da 2ª Guerra
Mundial a ONU tem a missão de fomentar a paz entre as nações, monitorando o cumprimento dos Direitos Humanos e promovendo o respeito às liberdades individuais
Pois bem, como em todo jogo político, a comunidade internacional
também joga de acordo com os interesses. Vou explicar: o Conselho de segurança
é formado por Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia. EUA, França
e Reino Unido são favoráveis a uma intervenção para conter a violência na Siria
(eles têm interesse na queda de Assad), por outro lado, China e Rússia são
contrários porque são aliados de Assad, e contrários à intervenção. Neste jogo
de poderes, quem acaba perdendo é a população civil, alheia aos interesses da
comunidade internacional e vítima em potencial de todos os tipos de armamento.
Dia 21 de agosto deste ano, um suposto ataque com armas
químicas atingindo até mulheres e crianças, imagens exibidas por redes de
televisivas de todo o mundo, coloca a Síria em evidência mais uma vez,
apresentando um cenário desolador de miséria e violência. Foram contabilizadas
300 mortes por gás tóxico. Agora, as relações internacionais ficam estremecidas
depois do pronunciamento do secretário de Estado dos EUA, Jonh Kerry, onde
afirma que o uso de armas químicas ultrapassa todos os limites e não fere
apenas os sírios, mas a todas as nações – as armas químicas são proibidas pela
ONU. Será que agora haverá uma intervenção da ONU? Morte por armas químicas é mais desumano do
que por armas tradicionais? Bom isso é
assunto para outra postagem.
O fato é que estamos
na expectativa de uma intervenção militar na Síria. O que se percebe é que a saída de Bashar AL-Assad
é inevitável, o que resta saber é quantas vidas ainda serão ceifadas para que
isso aconteça.