Um pouco mais de um mês para o Enem, o quadro que se revela
diante dos nossos olhos, meros professore das turmas de Terceiro ano é
assustador: ansiedade, tensão, insegurança. Praticamente todas as fobias se
manifestam no universo da cada sala de aula.
Poderíamos passar horas discutindo as causas e os efeitos provenientes
deste fenômeno chamado ENEM, mas vamos abordá-lo a partir das perspectivas
destes estudantes, as dúvidas, as incertezas e a plena convicção
de que a aprovação e a nota deste exame determinará o rumo da vida de milhares
de estudantes em todo o Brasil.
Determinar os rumos de sua vida profissional nesta idade –
17, 18 anos – é de uma crueldade imensa. Ser cobrado pela decisão tomada, pelo
objetivo a ser alcançado, por não conseguir alcançar, pelos rumos que dará à
sua vida, exige maturidade para responder a todos os desafios aos quais este
estudante está sujeito.
A escola exige e cobra resultados. A família exige e cobra
resultados. A sociedade exige e cobra resultados. E o nosso estudante? Como
fica sua cabeça, seu coração diante de tanta exigência?
A possibilidade de fracasso deixa de ser remota no pensamento de nossos jovens quando se aproxima a data de realização do exame e têm a nítida impressão de que ainda não estão preparados. É muito curioso observá-los a partir desta perspectiva. Se apresentam frágeis, inseguros, ansiosos, com medo. Medo de não corresponderem aos anseios da família, às exigências da escola, ao que a sociedade espera de cada um. A fragilidade e o nervosismo os deixam mais suscetíveis a momentos melancólicos, choro, sono.
Para nós, educadores, que lidamos todos os anos com estas cenas, mudando apenas os personagens, percebemos que este momento específico é de acolhida, afeto e segurança. Mostrar o quanto são capazes, lidar com este turbilhão de emoções e prepará-los para uma resposta positiva, uma resposta negativa, lidar com os desafios e as superações. Neste contexto, a escola e a família devem assumir o seu papel, evitando concentrar as responsabilidades do fracasso ou do sucesso nos ombros tão frágeis desses jovens.
Para nós, professores, pais ou responsáveis dos estudantes do Terceiro ano, essa é a hora de fazer do bicho papão do ENEM mais um degrau galgado pelos nossos estudantes, e se por ventura tropeçarem, sejamos o apoio que eles precisam para não caírem.
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