Durante os anos de 1964 a 1988 prevaleceu no país um regime militar responsável por mortes, tortura e desaparecimento de ativistas políticos, sindicalistas, estudantes e intelectuais. Após o golpe de 1964, que destituiu o então presidente João Goulart, os militares alternaram o governo brasileiro fundamentado na ideologia de defesa da ordem, disseminada por uma invasão de "comunistas". Esta ideia foi apoiada por uma parte da sociedade civil que não só se mobilizou para o golpe, como também estabeleceu relações políticas com o governo militar. Segundo artigo publicado na Revista de História da Biblioteca Nacional no mês de agosto de 2012, "é inútil esconder a participação de amplos segmentos da população no movimento que levou à instauração da ditadura em 1964. É como tapar o sol com a peneira".
Em 1979, o governo brasileiro promulga a Lei da Anistia, concedendo perdão aos exilados políticos e aos militares envolvidos em violações dos direitos humanos. Com esta lei, nenhum militar ou agente do estado forma julgados e condenados por seus crimes. Todas as atrocidades, violências, torturas e mortes ocorridas no Brasil da Ditadura foram escondidas, a sujeira foi varrida para debaixo do tapete.
No ano de 1986, a Arquidiocese de São Paulo, com o arcebispo Paulo Evaristo Arns, publicou o livro "Brasil: Nunca Mais", denunciando o uso da tortura durante o regime militar. A partir daí, inicia um processo investigativo de documentos, testemunhos de vítimas, registros de julgamentos. O relatório final concluiu o que todos já sabiam, mas não tinha provas: os militares usaram de tortura no seu sistema judiciário. Devido ao processo de eleição direta, para reafirmar a democracia no Brasil depois de longos anos de ditadura, o processo foi adiado.
O povo não tem memória! Não é verdade! A história atual está saturada de memória. Uma memória que seleciona o que deve ser lembrado, e o que deve ser esquecido. A sociedade hoje, clama por justiça e quer ver nos anais da história a verdade sobre o Estado Militar. Cobra desse Estado onde estão os mortos, desaparecidos e torturados durante o regime militar. Que o Brasil mostre a verdade.
A Comissão Nacional da Verdade é uma comissão brasileira que visa investigar violações dos direitos humanos ocorridas entre 1964 a 1988 no Brasil. A comissão terá o direito de convocar vítimas ou acusados das violações para depoimento, mas não terá o direito de punir ou recomendar que os acusados de violar os direitos humanos sejam punidos.
No Brasil, lugares públicos foram usados para o crime em cidades como São Paulo, Rio de janeiro e Recife, durante a Ditadura Militar. A Comissão da Verdade deverá investigar, reunir informações, assegurando às famílias o direito à memória.
Ainda é difícil afirmar quais serão as consequências da Comissão da Verdade. Adentrar nos porões da Ditadura trará verdades que envergonhará o Estado Brasileiro. O que fazer com as verdades reveladas?
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-09-08/comissao-da-verdade-faz-audiencia-em-pernambuco-para-colher-testemunhos-sobre-perseguicoes-na-ditadur
16 de setembro de 2012
Inicio »
» Os crimes da Ditadura Militar - Comissão da Verdade, que verdade?
0 comentários:
Postar um comentário