20 de abril de 2013

19, 21 e 22 de abril... o que estas datas têm em comum?



São datas históricas, sem dúvida. São comemoradas isoladamente, embora tenham uma grande relação entre si. Vocês sabiam disso? Por isso, caríssimos, nesta postagem vamos dar uma volta na História do Brasil e descobrir a relação destes fatos. E por falar em descobrimento, é por aí que começamos.

O dia 22 de abril comemora-se o marco inicial da colonização do Brasil, quando os portugueses chegaram ao litoral baiano e se depararam com os nativos, os quais já observavam da praia aquelas pessoas estranhas,  com seus barcos grandes. Povos que já habitavam esta terra, tinham seus costumes, suas tradições e uma organização social que atendia às necessidades de cada grupo, e que segundo as pesquisas arqueológicas já habitavam estas terras a mais de 12 mil anos. Segundo as últimas pesquisas da arqueóloga francesa naturalizada brasileira, Niede Guidon, vestígios encontrados datam de 40 mil anos. Por este e por muitos outros fatores, a expressão "descobrimento" não tem sentido quando nos referimos à presença portuguesa no Brasil nos anos de 1500.


Estima-se que aqui se encontravam aproximadamente de 5 a 8 milhões de nativos (indígenas) quando os portugueses chegaram para colonizar. Partindo do pressuposto que colonizar é habitar ou explorar,  no processo de colonização ocorre a influência ou transferência cultural  dos colonizadores para os colonizados, ou vice-versa -  conceito extraído de um site de pesquisa que não convém entrar em detalhes sobre o mesmo.


O que propomos agora é uma análise desse conceito e o que ocorreu com milhares de indígenas. Neste contexto, colonizar é exterminar, explorar, povoar, impor sua cultura e religião, dominar e destruir. O impacto da conquista européia sobre as populações nativas das Américas foi imenso. Dos 5, 8 ou 10 milhões de nativos, hoje vivem 817 mil índios, segundo os dados do Censo 2010. Eles estão distribuídos entre 688 Terras Indígenas e algumas áreas urbanas. Povos que lutam pelo reconhecimento étnico e respeito da sociedade brasileira.

Festa do Imbu - Povo Pankararu
O  dia 19 de abril é o dia do reconhecimento da identidade indígena do país, onde lembramos de que os índios já habitavam esta terra antes da chegada dos colonizadores europeus, é o dia que o país se redime de todos os tipos de violência aos quais os povos indígenas forma submetidos durante a colonização. É o dia do orgulho étnico, onde centenas de povos vivem neste país, participam da elaboração das leis, elegem candidatos e lutam por direitos por tanto tempo negados pelo estado brasileiro.


E o dia 21? O que Tiradentes tem a ver com isso? É aí que a história de lutas tem outra direção. Os povos indígenas não tiveram força suficiente para lutar contra o colonizador e todo seu projeto empreendedor de enriquecer explorando a terra "brasilis". O extermínio de muitos grupos indígenas, a diminuição populacional nativa ocorreu de diversas formas, inclusive por causa das doenças trazidas pelos brancos europeus. A colonização se estruturou com o trabalho escravo e solidificou o interesse de Portugal pela terra, principalmente pelo que esta terra podia oferecer - ouro e diamantes.

Foi na região das minas, Minas Gerais, que eclodiu um dos maiores movimentos para o Brasil deixar de ser colônia de Portugal, deixar de ser explorado. Joaquim Francisco da Silva Xavier, popularmente conhecido como Tiradentes, lutou pela independência do Brasil juntamente com poetas e advogados mineiros depois de 250 anos que portugueses aportaram no litoral brasileiro. Em 1789 o Brasil ainda sofria com a exploração de Portugal, especificamente pela cobrança de impostos altíssimos. A Inconfidência Mineira foi um dos movimentos sociais mais importantes da História do Brasil, que partiu da insatisfação muito grande do povo, de fazendeiros e de donos das minas. O objetivo era conquistar a liberdade definitiva e implantar o sistema republicano em nosso país. 

www.dhnet.org,br

O que aconteceu? O movimento foi delatado, os líderes foram presos e condenados a pagar pelo delito. Tiradentes, com poucas influências políticas e econômicas, foi o "bode expiatório da vez", condenado à forca. Executado em 21 de abril de 1792, após o enforcamento foi esquartejado e partes do seu corpo  expostas em postes na estrada que ligava o Rio de Janeiro e Minas Gerais. 

Viram como essas história se entrelaçam? A imposição de um projeto econômico fez com que esta terra, nossa terra Brasil, presenciasse a chegada de colonizadores europeus em final do século XV e início do século XVI. Esta terra viu o desaparecimento de milhares de indígenas mediante este projeto colonizador e o ressurgimento de movimentos de índios no século XX. E ainda foi testemunha dos ideais de independência dessa condição colonial a partir do século XIX. A história termina por aqui? Não... ainda tem muita coisa para contar.

"Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós e que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz!" (Samba enredo da Imperatriz Leopoldinense - 1989)



Que tal responder essas questões para serem discutidas posteriormente? Lembre que é uma semana muito reflexiva!

1. Os acontecimentos ocorridos em momentos diferentes podem se relacionar. No que diz respeito à nossa história, essas datas são estudadas isoladamente. A que você atribui esse isolamento? Em que asspectos elas se relacionam?

2. Hoje, qual a importância do dia 19 de abril?

3.  O texto se refere a Tiradentes como "bode expiatório". Que fatores contribuem historicamente para o uso dessa expressão atribuída a Joaquim Francisco da Silva Xavier?

4.  A história não termina por aqui. Os ideais de liberdade sempre permearam a História do Brasil. Destaque situações, fatos que confirmem essa afirmativa. Ao final da descrição, argumente sobre a frase em destaque nesta postagem: Liberdade, liberdade! Abra as asas sobre nós e que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz!
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