15 de fevereiro de 2012

ANNE FRANK...


ANNE Frank pertencia a uma família judaica de Frankfort que, em 1933, fugindo às perseguições do regime hitleriano, se refugiou na Holanda, onde supunha encontrar a paz e a segurança. Mas, logo depois da invasão da Holanda pelos alemães, as perseguições aos judeus continuaram ali com tal violência que os Frank resolveram - mergulhar -, designação que então se dava ao desaparecimento voluntário de pessoas perseguidas-ou por razões políticas ou por discriminações raciais-e que passavam a ter uma existência ilegal ou clandestina. Durante dois anos, que abrangem o período de guerra de 1942 a 1944, não podem sair à rua e vivem sob a constante ameaça de serem descobertos pela polícia.

"A nossa vida decorria com as aflições do costume, pois as pessoas de família que ficaram na Alemanha não escaparam às perseguições de Hitler. Depois dos "progroms" de 1938 os dois irmãos de minha mãe fugiram para a América. Minha avó veio viver connosco. Tinha nessa altura setenta e três anos. A partir de 1940 foram-se acabando os bons tempos. Primeiro veio a guerra, depois a capitulação, em seguida a entrada dos alemães. E então começou a miséria. A uma lei ditatorial seguia-se outra; e, em especial para os judeus, as coisas começaram a ficar feias. Obrigaram-nos a usar a estrela e a entregar as bicicletas, não nos deixavam andar nos carros eléctricos e muito menos de automóvel.
Os judeus só podiam fazer compras das 3 às 5 horas-e só em lojas judaicas. Não podiam sair à rua depois das oito da noite e nem sequer ficar no quintal ou na varanda. Não podiam ir ao teatro nem ao cinema, nem frequentar qualquer lugar de divertimentos. Também não podiam
nadar, nem jogar tenis. ou hóquei, nem praticar qualquer outro desporto. Os judeus não podiam visitar os cristãos. As crianças judaicas eram obrigadas a frequentar escolas judaicas. cada vez saíam mais decretos... Toda a nossa vida estava sujeita a enorme pressão."
(O diário de Anne Frank, Sábado, 20 de Junho de 1942)

"Hoje só te posso dar notícias tristes e deprimentes. Os nossos amigos e conhecidos judaicos são deportados em massa. A Gestapo trata-os sem a menor consideração. Em vagões de gado leva-os para yVesterbork, o campo para judeus. Westerbork deve ser um sítio horrível. Estão lá milhares de pessoas e nem há sequer lavatórios nem W.C. que, de longe, cheguem para todos. Conta-se que as pessoas dormem em barracas, homens, mulheres e crianças, todos misturados. Não podem fugir: quase todos se podem identificar pelas cabeças rapadas ou então pelo seu tipo judaico."
(Sexta-feira, 16 de Outubro de 1942


Texto completo no link http://www.lisandrosellis.kit.net/obras/ANNE_FRANK-diario_de_anne_frank.pdf
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