26 de novembro de 2012

A nova modalidade de violência: o FEMINICÍDIO




Na semana em que o assunto foi o julgamento do goleiro Bruno e seu comparsa Macarrão, fomos surpreendidos com o direcionamento do caso.  Bruno foi acusado por macarrão de ter mandado matar Eliza Samudio, apesar de ser alertado pelo mesmo sobre a besteira que estava sabendo: você vai acabar com a sua vida, sua carreira.  O que me surpreende não é a delação feita por um amigo, é a banalização da vida de uma mulher, mãe de um filho, filha de  outra mãe que deve ainda estar sofrendo com a frieza da violência praticada por pessoas conhecidas e que fizeram parte da vida de sua filha.
Infelizmente este não é um caso isolado, existem algumas mulheres estão sendo assassinadas  no exato momento em que você lê esta postagem. Este caso teve repercussão  nacional e internacional por se tratar de uma pessoa pública, uma celebridade do futebol, que como outros assassinos frios tentam resolver situações que fogem do controle eliminando o “problema”. A natureza do crime é igual seja para um goleiro do Flamengo ou para um médico, advogado, policial, pedreiro, agricultor ou até um estudante. É homicídio!
 
Dada a relevância da questão, julgamos oportuno abrir um parêntese para a problemática de vitimização feminina por homicídios no país. Um estudo que ficou pronto em abril deste ano nos mostra que apesar da Lei Maria da Penha, o aumento de violência contra as mulheres é preocupante, principalmente quando diz respeito ao número de mortes por assassinato. O “Mapa da Violência 2012, do Instituto Sangari apresenta dados cruéis após estudo de 30 anos, ou seja, comparando dados censitários e dados do Ministério da Saúde.
 
De 1980 até hoje, foram assassinadas no Brasil 91 mil mulheres, só na última década foram  aproximadamente 43 mil, o que representa um aumento de 217, 6%  no quantitativo de mulheres vítimas de assassinato. É impressionante este número!
 
O relatório ainda aponta que no primeiro ano de vigência da Lei Maria da Penha, 2007, houve um decréscimo significativo deste número. Depois retornam os dados anteriores, ainda maiores, e estão apresentadas desta forma:  68%  desta violência é causada no âmbito doméstico e na sua maioria em mulheres com faixa etária entre 20 e 29 anos; 65% das agressões na faixa dos 20 aos 49 anos, os autores são parceiros ou ex.
 
O Brasil ocupa a 7ª colocação como um dos países de elevados índices de feminicídios, ou seja, elevados níveis de tolerância da violência contra mulheres. É uma estatística aterrorizadora. Conquistamos uma lei que propõe punição contra os agressores, mas que prática é pouco conhecida até mesmo pelas autoridades competentes, insuficiente para sanar o problema da violência contra mulheres, e que mostra nos últimos anos que nossas políticas ainda são insuficientes para reverter esta situação.
 
 É importante saber que a violência doméstica começa na humilhação, passa para ameaça e depois para a agressão. É necessário acabar com a questão cultural em que essas mulheres se sentem desautorizadas pela sociedade em denunciar. É neste sentido que precisamos converter em força a união de nossas instituições públicas ou privadas para encontrar estratégias mais eficazes na prevenção da violência doméstica, para que outras mulheres não façam parte desta estatística.

21 de novembro de 2012

A era dos RETROCESSOS?... Sobre o artigo publicado na Folha de São Paulo


Quando li este artigo, automaticamente fui lançada no túnel do tempo e me vi, literalmente, na minha turma de 5ª série no início dos anos 80. A aula era de Educação Moral e Cívica, e eu sentada na terceira fileira de carteiras escolar, respondendo o exercício escrito sobre virtudes e vícios. Não esqueço nunca desse tempo, onde os conceitos de moralidade e civismo se relacionavam à uma ordem e progresso imposta pela Ditadura militar. Onde e em que momento a ideia de civismo poderia passar pela luta por direitos políticos? Para aquela proposta de educação, lutar, reivindicar seria sinônimo de desordem. E a ordem era severa. Nós que estávamos distantes dos movimentos, das prisões, das informações, que nem sonhávamos que pessoas estavam lutando por direitos políticos e formando movimentos sociais, sentíamos de forma diferenciada, é claro, a crueldade de um governo de ditadura.

Restaurar a democracia foi para o povo brasileiro se libertar da opressão, da prisão, da tortura, do exílio e foi, principalmente  o grito de liberdade de expressão, de opinião religiosa ou política, de defender seu ponto de vista. Foi aí, que saí da terceira fileira, aquele lugar na sala de aula quase invisível, porque tinha medo, e pude soltar a voz, me fazendo ouvida.

Hoje, lendo esse artigo, me assustei com os rumos que o Brasil tá tomando. O que é isso agora? Nossa juventude não conhece nosso passado político? Não discute democracia? E como nos posicionamos como cidadãos? Para que entendam minha indignação, transcrevo aqui, trechos do artigo de Hélio Schwartsman, filósofo e colunista da Folha de São Paulo:

"Um grupo tenta refundar a ARENA, o partido que deu sustentação à Ditadura, e o Senado aprova Projeto de Lei que obriga escolas de Ensino Fundamental a ministrarem a disciplina Cidadania Moral e Ética - um novo nome para a velha Moral e Cívica dos militares. Parem o Brasil que eu quero descer.
Embora a primeira iniciativa pareça mais grotesca, é a segunda que me preocupa. No primeiro caso, estamos diante de um bando de jovens que, provavelmente devido à ausência de boas aulas de História, não entendeu que golpes de Estado são um péssimo jeito de solucionar conflitos políticos. De resto, as chances de a coisa se prosperar são diminutas.
No segundo, o que temos é uma das Casas do Legislativo, sem reflexão e contra o parecer das autoridades educacionais aderindo a uma palavra de ordem que poderá fazer mal ao já capenga ensino brasileiro.
É incrível que os Senadores não tenham compreendido que assistindo aulas de ética não torna ninguém ético. Seres humanos são bons em aprender e assimilar os valores do grupo que estão inseridos. Ninguém precisa ouvir de um professor que o assassinato é ilegal para descobrir que é errado matar uma pessoa. O código moral não chega a ser item de fábrica do homem, mas a capacidade pra perceber  as necessidades do grupo e a propensão para cooperar, é."

Ao meu ver, nosso legislativo está perdendo tempo com medidas paliativas, numa busca desenfreada em conter atos corruptíveis que assolam toda a esfera pública. Investir em educação não é criar disciplinas que terão como objetivo principal ensinar o que é bom, o que é ruim, o que pode pegar, ou não pode pegar. Esses valores são adquiridos, e a escola tem por missão transmití-los a partir de atitudes, posturas. Priorizar Educação é valorizar o profissional, é estruturar as escolas, torná-las acessíveis a todos. É democratizar o ensino, qualificar o estudante. A ética começa por aí...

19 de novembro de 2012

O que acha do mês da Consciência negra, o que acha disso?





O ator Morgan Freeman em uma entrevista, fala sobre o mês da consciência negra. “RIDÍCULO”,  foi a resposta do ator quando perguntado sobre o que achava do mês da consciência negra, que nos Estados Unidos ocorre todo mês de fevereiro com nome de "Mês da História do Negro Americano". A princípio esta declaração nos choca, causa inquietação: já foi uma conquista dos movimentos negros americanos que esta população se torne visível ao mundo e um ator negro premiado e de prestígio se refere dessa forma?  Será que  ele não sofreu com a invisibilidade da população negra? Não sofreu discriminação? 
Esta inquietação logo é desfeita quando assistimos o restante do vídeo e nos deparamos com a declaração do ator que nada mais é do que uma afirmação de identidade. Realmente, Morgan - posso até me dirigir dessa forma, se é que um dia irá ver esta postagem- o negro fez toda a América, por isso a América é negra. 
Afirmação de identidade é , acima de tudo, reconhecer-se etnicamente. Os negros americanos foram invisíveis aos olhos do mundo por muito tempo. Invisíveis para os Europeus, que só os via como mão-de-obra barata para atender ao projeto econômico de países exploradores e "civilizados". Uma população que lutou pela abolição de um regime escravo, sujeito à inferiorização étnica, castigos físicos, negação de identidade e anulação cultural. A resistência a esta invisibilidade se apresentou de diversas formas, mas com o objetivo de se afirmar etnicamente.
Morgan relaciona essa identidade ao fato de que todos somos seres humanos, devemos ser chamados pelo nome e não pela cor da pele. O homem em si, na sua dignidade e identidade se impondo numa sociedade que vê o negro de cima para baixo, de forma inferior, absorvida por uma mentalidade seletiva implantada durante a colonização e posteriormente seguida, o ideário da superioridade étnica. 
Podemos confirmar toda uma história em um único mês? Não, isso é óbvio. Foram muitos anos de exclusão, invisibilidade e de luta para que a sociedade, o poder publico, a humanidade olhasse para essa população. O Brasil tem uma histórica de racismo e preconceito diferente dos Estados Unidos, que teve uma segregação racial cruel depois da abolição. Aqui, o preconceito é camuflado, é hipócrita, não está na segregação, está na ausência do Estado a partir do momento em que não se preocupou com uma massa de ex-escravos que foram obrigados a morar em morros, sem estrutura, sem qualificação profissional e aceitando subempregos, depois da abolição da escravatura. Morros e favelas , onde 80% da população  é negra. O preconceito no Brasil está na estatística de trabalho, de renda salarial, de oportunidades. 
Não precisaríamos de um mês da Consciência Negra se não houvesse preconceito. "Eu vou parar de chamá-lo de branco e o que lhe peço é que pare de me chamar de negro!" Fácil!
Se impor como ser humano! Essa é a receita de Morgan Freeman, que já tinha minha admiração pelo trabalho como ator e hoje tem o meu respeito. 

15 de novembro de 2012

Você sabia???? Os bastidores da Proclamação da República...


No dia 15 de Novembro comemoramos a Proclamação da República no Brasil. Para alguns, apenas mais um feriado, mas essa data deve ser lembrada e analisada como um período de transição na política brasileira. Além da história oficial, vamos conhecer alguns aspectos que não são contados... curiosidades deste dia! Tem muita coisa que a gente não sabe!!!

Na época da Proclamação da República, o Brasil era o único país da América que ainda tinha a Monarquia como forma de governo. A República chega atrasada neste lado de cá...

A monarquia durou 67 anos no Brasil. O último imperador brasileiro, D. Pedro II foi afastado do poder por estar doente, o que favoreceu o golpe da implantação do regime republicano pelos militares e representantes das oligarquias agro-exportadoras...


A Igreja Católica estava descontente com o imperador D. Pedro II porque ele estava se metendo em assuntos religiosos...

Para a maioria dos militares, o Império devesse chegar ao fim, mas a República podia esperar pela morte de D. Pedro II, o respeito ao "velhinho" retardou o rompimento definitivo com a monarquia, por isso os republicanos ligados aos cafeicultores passou a atacar o imperador através de sua herdeira, Princesa Isabel...


A sucessão e o futuro reinado foram transformados em fantasmas assustadores pela propaganda republicana: a ideia de uma mulher no trono causava arrepios na mentalidade machista da época...


Os republicanos espalharam os boatos de que o Imperador queria acabar com o exército, o boato incendiou os quarteis...


No ano de 1888 a abolição da escravidão promovida pelas mãos da Princesa Isabel, deu o último suspiro à monarquia brasileira.

Ao proclamar a República, o Marechal Deodoro da Fonseca estava com um ataque de dispneia (dificuldade para respirar). Foi tirado da cama no meio da noite para comandar o cerco ao Ministério. Foi sem a espada, porque seu ventre estava muito dolorido. O cavalo baio que usou não foi mais montado até sua morte, em 1906.

Líderes do movimento, como medo de manifestações a favor da monarquia, pediram que D. Pedro e sua família partissem naquela mesma madrugada. Dizem os relatos que a Imperatriz Tereza Cristina chorou, Isabel ficou muda e o imperador apenas soltou um desabafo: "Estão todos loucos!"

Os bastidores mostram que a proclamação da República é um fator a ser discutido por vários ângulos, mas apesar disso não deixa de ser uma mudança significativa na estrutura política do Brasil. Por isso o feriado deste dia vem lembrar que nossa democracia foi conquistada a duras penas, e a República se estabelece para concretizar estes ideais: liberdade e democracia.

http://board.br.ikariam.com/board175-jornal-o-ikariano/board177-edi%C3%A7%C3%B5es-anteriores/board717-30%C2%AA-edi%C3%A7%C3%A3o/134926-curiosidades-sobre-a-proclama%C3%A7%C3%A3o-da-rep%C3%BAblica/
http://www.brasilescola.com/historiab/proclamacaodarepublica.htm

7 de novembro de 2012

É frequente o descaso com o Ensino Público



Hoje pela manhã, vasculhando na internet notícias sobre educação, o que está ocorrendo no Brasil e no mundo, me deparei com uma reportagem sobre a ocorrência de atos de intimidação e ameaças à família da blogueira Isadora Faber, aquela menina de treze anos, que criou uma página do facebook para narrar a rotina  da escola que estuda, uma escola pública municipal de Florianópolis.  Este blog foi a sensação nas redes sociais por diversos fatores, mas principalmente porque denunciava situações de abandono do poder público, de má conservação da estrutura em que colocava em risco a vida dos próprios estudantes. As fotos postadas, tiradas pela própria Isadora surtiram um efeito devastador para ela e para sua família. Despertou um incômodo na instituição, tanto por parte dos professores e gestor, como da Secretaria de Educação.  A garota foi parar na delegacia por causa dessa iniciativa.
Alguns dias atrás, nos deparamos com uma notícia que repercutiu em rede social e despertou um sentimento de impotência diante de atitudes como a do secretário de educação do município de Imperatriz, no Maranhão que demitiu uma professora após a mesma ter postado em rede social as fotos dos alunos fazendo prova numa sala de aula com goteiras e amparados por guarda-chuva.
O que estes dois casos têm em comum? Duas situações de denúncias de problemas que persistem e não são resolvidos em escolas pública do Brasil, em dois extremos: uma no sul e outra no nordeste do país. Casos que provavelmente tenham sido notificados aos órgãos competentes e não tenham dado resposta, muito menos resolvidos. Chega um momento em que a sociedade, aquela que paga seus impostos  religiosamente, precisa saber onde seu dinheiro está sendo aplicado ou não. As redes sociais aqui estão fazendo o papel das manifestações que os movimentos sociais realizavam para o conhecimento de uma realidade escondida, omitida pelo poder público para deixar parecer que tudo está bonito, arrumado...  tudo está em ordem. E como o poder público lidou com esta exposição? Através da intimidação, da demissão, da punição, considerando um ato de vandalismo.
Onde nós estamos? Que país é este? Que democracia é esta? Até onde vai a responsabilidade do poder público? Como a sociedade se posiciona diante de problemas como estes?
No caso de Isadora, os educadores da escola não aceitaram a iniciativa da aluna e foram os primeiros a prestar denúncia na delegacia.  A sociedade se dividiu, uns apoiaram outros condenaram  a menina, chegando ao ponto máximo da intimidação de apedrejar sua residência e ferindo a cabeça da avó, já debilitada por doença degenerativa. A professora foi demitida e depois readmitida, porém  sob fiscalização dos próprios colegas de profissão.  Uma forma camuflada de supressão da liberdade de expressão, uma retaliação em virtude do confronto com o poder público, uma forma de dizer “não fale, não diga nada, deixe tudo aqui, senão...”

CÁLICE, afasta de mim este cale-se! A escola é espaço de construção de cidadania, de saber sobre seus direitos e lutar por eles, de formação de pensamento crítico para melhor se posicionar político e socialmente. Não estamos na ditadura militar onde a educação era voltada para a passividade, obediência e anulação.  A nossa educação tem que ser libertária! O Estado (poder público) deve estar preparado para receber as críticas e reivindicações de estudantes que conhecem seus direitos e exigem uma educação de qualidade. A obrigação é prover esta educação.







4 de novembro de 2012

A África está em nós, e sem negros não há Pernambuco!




Padre Antonio Vieira, em 1648, já dizia que “sem negros não há Pernambuco, e sem Angola não há negros”, o que nos remete a um questionamento sobre o conhecimento destas origens. O Brasil é o país que por mais tempo e em maior quantidade recebeu escravos vindos da África. Como colônia de Portugal fez parte do processo de escravização de negros africanos, prática já adotada nas colônias portuguesas implantadas na África.
A partir do século XV, Portugal se lança nas viagens marítimas comerciais para atender a uma política mercantilista baseada na exploração dos recursos naturais de terras “oficialmente” portuguesas, mediante o pacto colonial estabelecido durante o povoamento dessas terras. Algumas regiões da África, assim como no Brasil, fizeram parte da política colonialista implementada pelo governo português, facilitando assim o envio de negros escravos para o Brasil a partir do século XVI.
Durante o tráfico negreiro, vieram escravos de várias regiões da África, mas, segundo o  historiador especialista em História da África Philip Curtin, foi da Angola o maior número de escravos que abasteceu principalmente as capitanias do Rio de Janeiro, Pernambuco, Maranhão e Pará, entre os séculos XVII e XIX. Maurício de Nassau, com o interesse em abastecer o mercado pernambucano, consegue traçar uma rota entre o porto pernambucano e o maior mercado atlântico de cativos: Angola. Maurício de Nassau, com o interesse em abastecer o mercado pernambucano, consegue traçar uma rota entre o porto pernambucano e o maior mercado atlântico de cativos: Angola.
É interessante e pouca gente sabe, que no século XVII, o Brasil participou da tomada de Angola, quando foi invadida e ocupada pelos holandeses, partiu uma expedição saindo do Rio de Janeiro para ajudar Portugal recuperar a colônia africana. Esta expedição era composta, principalmente, de indígenas, africanos e seus descendentes. O resultado foi um grande número de brasileiros que ficaram por lá, estabeleceram residência. No século XIX, cidades como Luanda foram consideradas extensões do Brasil.
Nenhuma região manteve relações com Pernambuco do que o reino de Angola, situada quase em frente a Pernambuco, do outro lado do Atlântico, e que não foram só comercias, mas também históricas e culturais. André Vidal de Negreiros, herói da nossa guerra contra os holandeses, foi governador de Luanda. Eusébio de Queiroz, político influente e autor de legislação contra a escravidão foi um angolano que, a caminho das cortes de Lisboa, fez escala no Brasil e aqui permaneceu. Após a independência, a autonomia do Brasil foi o ideal de emancipação de Angola.
Pernambuco e Angola começam a estar ligados a partir do século XVI. No século XIX portugueses de Pernambuco emigraram daqui para fundar a colônia de Moçâmedes. Ainda entre os séculos XVIII e XIX as ligações de Pernambuco e Angola foram constantes sobretudo como resultado do tráfico de escravos e abastecimento de secos e molhados que era feito de Recife para Luanda. A emigração de portugueses de Pernambuco para Angola foi incentivado pelo governo português, como prova a publicação de um edital no “Diário de Pernambuco” no ano de 1849: passagem e sustento à custa do Estado, inclusive às famílias; transporte para móveis e objetos pessoais; “instrumentos artísticos ou agrícolas de quaisquer sementes”; terrenos na colônia a ser fundada e uma mensalidade durante os 6 primeiros meses após a chega ali.
Considerando estas relações, claramente nos identificamos com Angola em diversos aspectos: a identidade cultural é muito grande, a troca cultural é muito maior do que imaginamos, nossos negros e índios hoje têm traços culturais e físicos produtos desta relação. O sistema linguístico de Angola e Brasil são muito próximos, hoje falamos bantu sem saber. Não é interessante?
Mas o que conhecemos de Angola? Como se estabelecem as relações do Brasil com Angola hoje? Qual o sentimento de Pernambuco em relação a Angola? Por estas e outras questões, faço um convite: vamos conhecer um pouco mais dessa história?



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