7 de novembro de 2012

É frequente o descaso com o Ensino Público



Hoje pela manhã, vasculhando na internet notícias sobre educação, o que está ocorrendo no Brasil e no mundo, me deparei com uma reportagem sobre a ocorrência de atos de intimidação e ameaças à família da blogueira Isadora Faber, aquela menina de treze anos, que criou uma página do facebook para narrar a rotina  da escola que estuda, uma escola pública municipal de Florianópolis.  Este blog foi a sensação nas redes sociais por diversos fatores, mas principalmente porque denunciava situações de abandono do poder público, de má conservação da estrutura em que colocava em risco a vida dos próprios estudantes. As fotos postadas, tiradas pela própria Isadora surtiram um efeito devastador para ela e para sua família. Despertou um incômodo na instituição, tanto por parte dos professores e gestor, como da Secretaria de Educação.  A garota foi parar na delegacia por causa dessa iniciativa.
Alguns dias atrás, nos deparamos com uma notícia que repercutiu em rede social e despertou um sentimento de impotência diante de atitudes como a do secretário de educação do município de Imperatriz, no Maranhão que demitiu uma professora após a mesma ter postado em rede social as fotos dos alunos fazendo prova numa sala de aula com goteiras e amparados por guarda-chuva.
O que estes dois casos têm em comum? Duas situações de denúncias de problemas que persistem e não são resolvidos em escolas pública do Brasil, em dois extremos: uma no sul e outra no nordeste do país. Casos que provavelmente tenham sido notificados aos órgãos competentes e não tenham dado resposta, muito menos resolvidos. Chega um momento em que a sociedade, aquela que paga seus impostos  religiosamente, precisa saber onde seu dinheiro está sendo aplicado ou não. As redes sociais aqui estão fazendo o papel das manifestações que os movimentos sociais realizavam para o conhecimento de uma realidade escondida, omitida pelo poder público para deixar parecer que tudo está bonito, arrumado...  tudo está em ordem. E como o poder público lidou com esta exposição? Através da intimidação, da demissão, da punição, considerando um ato de vandalismo.
Onde nós estamos? Que país é este? Que democracia é esta? Até onde vai a responsabilidade do poder público? Como a sociedade se posiciona diante de problemas como estes?
No caso de Isadora, os educadores da escola não aceitaram a iniciativa da aluna e foram os primeiros a prestar denúncia na delegacia.  A sociedade se dividiu, uns apoiaram outros condenaram  a menina, chegando ao ponto máximo da intimidação de apedrejar sua residência e ferindo a cabeça da avó, já debilitada por doença degenerativa. A professora foi demitida e depois readmitida, porém  sob fiscalização dos próprios colegas de profissão.  Uma forma camuflada de supressão da liberdade de expressão, uma retaliação em virtude do confronto com o poder público, uma forma de dizer “não fale, não diga nada, deixe tudo aqui, senão...”

CÁLICE, afasta de mim este cale-se! A escola é espaço de construção de cidadania, de saber sobre seus direitos e lutar por eles, de formação de pensamento crítico para melhor se posicionar político e socialmente. Não estamos na ditadura militar onde a educação era voltada para a passividade, obediência e anulação.  A nossa educação tem que ser libertária! O Estado (poder público) deve estar preparado para receber as críticas e reivindicações de estudantes que conhecem seus direitos e exigem uma educação de qualidade. A obrigação é prover esta educação.







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Um comentário:

  1. Gostei muito da iniciativa dessa menina de ter feito o protesto virtualmente, sem lembrar que ela tem apenas 13 anos, é o que me surpreende ! O governo tem que aceitar sim as falhas de boa, sem punição, sem demissão, porque é com essas críticas que eles devem recorrer a situação e poder visualizar melhor o erro, e nós estudantes como cidadão devemos também reclamar e ter nosso senso crítico. Pagamos impostos pra quê? para fazerem o que?

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