Hoje pela manhã, vasculhando na internet notícias sobre
educação, o que está ocorrendo no Brasil e no mundo, me deparei com uma reportagem
sobre a ocorrência de atos de intimidação e ameaças à família da blogueira
Isadora Faber, aquela menina de treze anos, que criou uma página do facebook
para narrar a rotina da escola que
estuda, uma escola pública municipal de Florianópolis. Este blog foi a sensação nas redes sociais por
diversos fatores, mas principalmente porque denunciava situações de abandono do
poder público, de má conservação da estrutura em que colocava em risco a vida
dos próprios estudantes. As fotos postadas, tiradas pela própria Isadora surtiram
um efeito devastador para ela e para sua família. Despertou um incômodo na
instituição, tanto por parte dos professores e gestor, como da Secretaria de
Educação. A garota foi parar na
delegacia por causa dessa iniciativa.
Alguns dias atrás, nos deparamos com uma notícia que
repercutiu em rede social e despertou um sentimento de impotência diante de
atitudes como a do secretário de educação do município de Imperatriz, no
Maranhão que demitiu uma professora após a mesma ter postado em rede social as
fotos dos alunos fazendo prova numa sala de aula com goteiras e amparados por
guarda-chuva.
O que estes dois casos têm em comum? Duas situações de
denúncias de problemas que persistem e não são resolvidos em escolas pública do
Brasil, em dois extremos: uma no sul e outra no nordeste do país. Casos que
provavelmente tenham sido notificados aos órgãos competentes e não tenham dado
resposta, muito menos resolvidos. Chega um momento em que a sociedade, aquela
que paga seus impostos religiosamente,
precisa saber onde seu dinheiro está sendo aplicado ou não. As redes sociais
aqui estão fazendo o papel das manifestações que os movimentos sociais
realizavam para o conhecimento de uma realidade escondida, omitida pelo poder
público para deixar parecer que tudo está bonito, arrumado... tudo está em ordem. E como o poder público
lidou com esta exposição? Através da intimidação, da demissão, da punição,
considerando um ato de vandalismo.
Onde nós estamos? Que país é este? Que democracia é esta? Até
onde vai a responsabilidade do poder público? Como a sociedade se posiciona
diante de problemas como estes?
No caso de Isadora, os educadores da escola não aceitaram a
iniciativa da aluna e foram os primeiros a prestar denúncia na delegacia. A sociedade se dividiu, uns apoiaram outros
condenaram a menina, chegando ao ponto
máximo da intimidação de apedrejar sua residência e ferindo a cabeça da avó, já
debilitada por doença degenerativa. A professora foi demitida e depois readmitida,
porém sob fiscalização dos próprios
colegas de profissão. Uma forma
camuflada de supressão da liberdade de expressão, uma retaliação em virtude do
confronto com o poder público, uma forma de dizer “não fale, não diga nada,
deixe tudo aqui, senão...”
CÁLICE, afasta de mim este cale-se! A escola é espaço de construção de cidadania, de saber sobre seus direitos e lutar por eles, de formação de pensamento crítico para melhor se posicionar político e socialmente. Não estamos na ditadura militar onde a educação era voltada para a passividade, obediência e anulação. A nossa educação tem que ser libertária! O Estado (poder público) deve estar preparado para receber as críticas e reivindicações de estudantes que conhecem seus direitos e exigem uma educação de qualidade. A obrigação é prover esta educação.
Gostei muito da iniciativa dessa menina de ter feito o protesto virtualmente, sem lembrar que ela tem apenas 13 anos, é o que me surpreende ! O governo tem que aceitar sim as falhas de boa, sem punição, sem demissão, porque é com essas críticas que eles devem recorrer a situação e poder visualizar melhor o erro, e nós estudantes como cidadão devemos também reclamar e ter nosso senso crítico. Pagamos impostos pra quê? para fazerem o que?
ResponderExcluir