5 de dezembro de 2012

BOLSA MOTEL PARA PROFESSORES - Que piada é essa?



Na última semana saiu o resultado de uma pesquisa realizada por umas das consultorias mais respeitadas do mundo na avaliação dos sistemas de ensino colocando o Brasil em penúltimo lugar em um ranking na qualidade da educação. A própria pesquisa afirma que para mudar esse quadro, a educação tem que ser prioridade, exigindo um esforço para valorização do professor – melhor condição salarial, melhores condições de trabalho, investimento na formação – além da parte estrutural das escolas e creches, é claro.

Estamos numa guerra como soldados encurralados pelo fogo inimigo. Professores lutaram por uma lei que valoriza o magistério,  a Lei do Piso  (o professor é único profissional que não tem teto salarial ), considerada a conquista mais significativa dos últimos tempos, contrariando uma série de recursos onde alguns municípios e estados que diziam não ter condições de pagar o mínimo para os professores  - as  greves e reivindicações surtiram efeito - o Brasil estabeleceu por lei o menor salário que deveria ser pago a este profissional da educação. Durante a campanha “O Piso é Lei, faça valer!” constamos que alguns professores, nos rincões do Brasil, chegava a ganhar R$ 50, 00 por mês. Comemoramos a vitória! Uma vitória passageira... hoje nossa luta é pra não assistir ao  retrocesso legal, e a Lei do Piso não ser reformulada de acordo com os interesses de deputados que querem estabelecer outra forma de reajuste salarial , aquela em que o professor mais uma vez vai sair perdendo.  O reajuste de 21%  pode ser modificado para 5%.  É piada? Não! É a forma que nossos parlamentares  demonstram  qual é a prioridade do país.

E  agora somos a piada da vez: nossa presidenta, através do Ministério da Educação anuncia um abono para todos os professores do ensino básico com o intuito de diminuir o nível de estresse nestes profissionais. O Governo Federal concederá uma “Bolsa Sexual” de R$ 628,00  para compensar o alto desgaste físico e mental, aumenta o nível de estresse, afeta a autoestima, compromete o desempenho sexual e consequentemente dificulta sua atuação em sala de aula. Isso mesmo, gente! O professor é um profissional onde o nível de estresse está associado à quantidade de sexo que faz por mês! O nível de estresse do professor não é medido pela carga horária exorbitante, pela peregrinação ensinando em duas ou três  escolas  para sustentar sua família com dignidade,  não é medido pelo desrespeito dos estudantes que agridem verbal e fisicamente este profissional,  não é medido pela quantidade de horas extra classe que este profissional tem que usar em casa com correção de provas, planejamento, e pesquisando estratégias de aulas inovadoras, tão exigidas para qualificar a educação. Esses fatores não são considerados para que essa profissão que atinja um dos maiores níveis de estresse, de doenças psicossomáticas, problemas de voz e depressão. É a falta de sexo!

Um país que trata um profissional responsável pela formação do seu cidadão como palhaço é digno de estar na penúltima colocação no ranking da educação. Um país que utiliza o dinheiro do FUNDEB para abonar o profissional da educação com uma bolsa para amenizar o estresse em motéis e outros derivados, e não como reajuste salarial,  é digno da penúltima colocação. Um país que não valoriza a carreira do professor e está na 69ª colocação no ranking da corrupção entre 176 países, não é digno das primeiras colocações em educação.

Se tivéssemos um salário digno da missão que nos é imposta, daríamos uma vida de qualidade aos nossos filhos, não faríamos via sacra em duas ou três escolas, teríamos mais tempo para o descanso e a companhia de nossa família. Se a lei do Piso fosse cumprida e a carga horária reduzida em sala de aula com o  aumento de tempo para a pesquisa, a saúde mental estaria preservada.  Se o profissional fosse respeitado pela escola, pela sociedade, pelo poder público, com certeza o problema da ausência de auto-estima estaria resolvido.

Registramos aqui  neste humilde blog nossa indignação a esta BOLSA SEXUAL/ BOLSA MOTEL: mais uma vergonha para um país que amarga a penúltima colocação no ranking da educação!

26 de novembro de 2012

A nova modalidade de violência: o FEMINICÍDIO




Na semana em que o assunto foi o julgamento do goleiro Bruno e seu comparsa Macarrão, fomos surpreendidos com o direcionamento do caso.  Bruno foi acusado por macarrão de ter mandado matar Eliza Samudio, apesar de ser alertado pelo mesmo sobre a besteira que estava sabendo: você vai acabar com a sua vida, sua carreira.  O que me surpreende não é a delação feita por um amigo, é a banalização da vida de uma mulher, mãe de um filho, filha de  outra mãe que deve ainda estar sofrendo com a frieza da violência praticada por pessoas conhecidas e que fizeram parte da vida de sua filha.
Infelizmente este não é um caso isolado, existem algumas mulheres estão sendo assassinadas  no exato momento em que você lê esta postagem. Este caso teve repercussão  nacional e internacional por se tratar de uma pessoa pública, uma celebridade do futebol, que como outros assassinos frios tentam resolver situações que fogem do controle eliminando o “problema”. A natureza do crime é igual seja para um goleiro do Flamengo ou para um médico, advogado, policial, pedreiro, agricultor ou até um estudante. É homicídio!
 
Dada a relevância da questão, julgamos oportuno abrir um parêntese para a problemática de vitimização feminina por homicídios no país. Um estudo que ficou pronto em abril deste ano nos mostra que apesar da Lei Maria da Penha, o aumento de violência contra as mulheres é preocupante, principalmente quando diz respeito ao número de mortes por assassinato. O “Mapa da Violência 2012, do Instituto Sangari apresenta dados cruéis após estudo de 30 anos, ou seja, comparando dados censitários e dados do Ministério da Saúde.
 
De 1980 até hoje, foram assassinadas no Brasil 91 mil mulheres, só na última década foram  aproximadamente 43 mil, o que representa um aumento de 217, 6%  no quantitativo de mulheres vítimas de assassinato. É impressionante este número!
 
O relatório ainda aponta que no primeiro ano de vigência da Lei Maria da Penha, 2007, houve um decréscimo significativo deste número. Depois retornam os dados anteriores, ainda maiores, e estão apresentadas desta forma:  68%  desta violência é causada no âmbito doméstico e na sua maioria em mulheres com faixa etária entre 20 e 29 anos; 65% das agressões na faixa dos 20 aos 49 anos, os autores são parceiros ou ex.
 
O Brasil ocupa a 7ª colocação como um dos países de elevados índices de feminicídios, ou seja, elevados níveis de tolerância da violência contra mulheres. É uma estatística aterrorizadora. Conquistamos uma lei que propõe punição contra os agressores, mas que prática é pouco conhecida até mesmo pelas autoridades competentes, insuficiente para sanar o problema da violência contra mulheres, e que mostra nos últimos anos que nossas políticas ainda são insuficientes para reverter esta situação.
 
 É importante saber que a violência doméstica começa na humilhação, passa para ameaça e depois para a agressão. É necessário acabar com a questão cultural em que essas mulheres se sentem desautorizadas pela sociedade em denunciar. É neste sentido que precisamos converter em força a união de nossas instituições públicas ou privadas para encontrar estratégias mais eficazes na prevenção da violência doméstica, para que outras mulheres não façam parte desta estatística.

21 de novembro de 2012

A era dos RETROCESSOS?... Sobre o artigo publicado na Folha de São Paulo


Quando li este artigo, automaticamente fui lançada no túnel do tempo e me vi, literalmente, na minha turma de 5ª série no início dos anos 80. A aula era de Educação Moral e Cívica, e eu sentada na terceira fileira de carteiras escolar, respondendo o exercício escrito sobre virtudes e vícios. Não esqueço nunca desse tempo, onde os conceitos de moralidade e civismo se relacionavam à uma ordem e progresso imposta pela Ditadura militar. Onde e em que momento a ideia de civismo poderia passar pela luta por direitos políticos? Para aquela proposta de educação, lutar, reivindicar seria sinônimo de desordem. E a ordem era severa. Nós que estávamos distantes dos movimentos, das prisões, das informações, que nem sonhávamos que pessoas estavam lutando por direitos políticos e formando movimentos sociais, sentíamos de forma diferenciada, é claro, a crueldade de um governo de ditadura.

Restaurar a democracia foi para o povo brasileiro se libertar da opressão, da prisão, da tortura, do exílio e foi, principalmente  o grito de liberdade de expressão, de opinião religiosa ou política, de defender seu ponto de vista. Foi aí, que saí da terceira fileira, aquele lugar na sala de aula quase invisível, porque tinha medo, e pude soltar a voz, me fazendo ouvida.

Hoje, lendo esse artigo, me assustei com os rumos que o Brasil tá tomando. O que é isso agora? Nossa juventude não conhece nosso passado político? Não discute democracia? E como nos posicionamos como cidadãos? Para que entendam minha indignação, transcrevo aqui, trechos do artigo de Hélio Schwartsman, filósofo e colunista da Folha de São Paulo:

"Um grupo tenta refundar a ARENA, o partido que deu sustentação à Ditadura, e o Senado aprova Projeto de Lei que obriga escolas de Ensino Fundamental a ministrarem a disciplina Cidadania Moral e Ética - um novo nome para a velha Moral e Cívica dos militares. Parem o Brasil que eu quero descer.
Embora a primeira iniciativa pareça mais grotesca, é a segunda que me preocupa. No primeiro caso, estamos diante de um bando de jovens que, provavelmente devido à ausência de boas aulas de História, não entendeu que golpes de Estado são um péssimo jeito de solucionar conflitos políticos. De resto, as chances de a coisa se prosperar são diminutas.
No segundo, o que temos é uma das Casas do Legislativo, sem reflexão e contra o parecer das autoridades educacionais aderindo a uma palavra de ordem que poderá fazer mal ao já capenga ensino brasileiro.
É incrível que os Senadores não tenham compreendido que assistindo aulas de ética não torna ninguém ético. Seres humanos são bons em aprender e assimilar os valores do grupo que estão inseridos. Ninguém precisa ouvir de um professor que o assassinato é ilegal para descobrir que é errado matar uma pessoa. O código moral não chega a ser item de fábrica do homem, mas a capacidade pra perceber  as necessidades do grupo e a propensão para cooperar, é."

Ao meu ver, nosso legislativo está perdendo tempo com medidas paliativas, numa busca desenfreada em conter atos corruptíveis que assolam toda a esfera pública. Investir em educação não é criar disciplinas que terão como objetivo principal ensinar o que é bom, o que é ruim, o que pode pegar, ou não pode pegar. Esses valores são adquiridos, e a escola tem por missão transmití-los a partir de atitudes, posturas. Priorizar Educação é valorizar o profissional, é estruturar as escolas, torná-las acessíveis a todos. É democratizar o ensino, qualificar o estudante. A ética começa por aí...

19 de novembro de 2012

O que acha do mês da Consciência negra, o que acha disso?





O ator Morgan Freeman em uma entrevista, fala sobre o mês da consciência negra. “RIDÍCULO”,  foi a resposta do ator quando perguntado sobre o que achava do mês da consciência negra, que nos Estados Unidos ocorre todo mês de fevereiro com nome de "Mês da História do Negro Americano". A princípio esta declaração nos choca, causa inquietação: já foi uma conquista dos movimentos negros americanos que esta população se torne visível ao mundo e um ator negro premiado e de prestígio se refere dessa forma?  Será que  ele não sofreu com a invisibilidade da população negra? Não sofreu discriminação? 
Esta inquietação logo é desfeita quando assistimos o restante do vídeo e nos deparamos com a declaração do ator que nada mais é do que uma afirmação de identidade. Realmente, Morgan - posso até me dirigir dessa forma, se é que um dia irá ver esta postagem- o negro fez toda a América, por isso a América é negra. 
Afirmação de identidade é , acima de tudo, reconhecer-se etnicamente. Os negros americanos foram invisíveis aos olhos do mundo por muito tempo. Invisíveis para os Europeus, que só os via como mão-de-obra barata para atender ao projeto econômico de países exploradores e "civilizados". Uma população que lutou pela abolição de um regime escravo, sujeito à inferiorização étnica, castigos físicos, negação de identidade e anulação cultural. A resistência a esta invisibilidade se apresentou de diversas formas, mas com o objetivo de se afirmar etnicamente.
Morgan relaciona essa identidade ao fato de que todos somos seres humanos, devemos ser chamados pelo nome e não pela cor da pele. O homem em si, na sua dignidade e identidade se impondo numa sociedade que vê o negro de cima para baixo, de forma inferior, absorvida por uma mentalidade seletiva implantada durante a colonização e posteriormente seguida, o ideário da superioridade étnica. 
Podemos confirmar toda uma história em um único mês? Não, isso é óbvio. Foram muitos anos de exclusão, invisibilidade e de luta para que a sociedade, o poder publico, a humanidade olhasse para essa população. O Brasil tem uma histórica de racismo e preconceito diferente dos Estados Unidos, que teve uma segregação racial cruel depois da abolição. Aqui, o preconceito é camuflado, é hipócrita, não está na segregação, está na ausência do Estado a partir do momento em que não se preocupou com uma massa de ex-escravos que foram obrigados a morar em morros, sem estrutura, sem qualificação profissional e aceitando subempregos, depois da abolição da escravatura. Morros e favelas , onde 80% da população  é negra. O preconceito no Brasil está na estatística de trabalho, de renda salarial, de oportunidades. 
Não precisaríamos de um mês da Consciência Negra se não houvesse preconceito. "Eu vou parar de chamá-lo de branco e o que lhe peço é que pare de me chamar de negro!" Fácil!
Se impor como ser humano! Essa é a receita de Morgan Freeman, que já tinha minha admiração pelo trabalho como ator e hoje tem o meu respeito. 

15 de novembro de 2012

Você sabia???? Os bastidores da Proclamação da República...


No dia 15 de Novembro comemoramos a Proclamação da República no Brasil. Para alguns, apenas mais um feriado, mas essa data deve ser lembrada e analisada como um período de transição na política brasileira. Além da história oficial, vamos conhecer alguns aspectos que não são contados... curiosidades deste dia! Tem muita coisa que a gente não sabe!!!

Na época da Proclamação da República, o Brasil era o único país da América que ainda tinha a Monarquia como forma de governo. A República chega atrasada neste lado de cá...

A monarquia durou 67 anos no Brasil. O último imperador brasileiro, D. Pedro II foi afastado do poder por estar doente, o que favoreceu o golpe da implantação do regime republicano pelos militares e representantes das oligarquias agro-exportadoras...


A Igreja Católica estava descontente com o imperador D. Pedro II porque ele estava se metendo em assuntos religiosos...

Para a maioria dos militares, o Império devesse chegar ao fim, mas a República podia esperar pela morte de D. Pedro II, o respeito ao "velhinho" retardou o rompimento definitivo com a monarquia, por isso os republicanos ligados aos cafeicultores passou a atacar o imperador através de sua herdeira, Princesa Isabel...


A sucessão e o futuro reinado foram transformados em fantasmas assustadores pela propaganda republicana: a ideia de uma mulher no trono causava arrepios na mentalidade machista da época...


Os republicanos espalharam os boatos de que o Imperador queria acabar com o exército, o boato incendiou os quarteis...


No ano de 1888 a abolição da escravidão promovida pelas mãos da Princesa Isabel, deu o último suspiro à monarquia brasileira.

Ao proclamar a República, o Marechal Deodoro da Fonseca estava com um ataque de dispneia (dificuldade para respirar). Foi tirado da cama no meio da noite para comandar o cerco ao Ministério. Foi sem a espada, porque seu ventre estava muito dolorido. O cavalo baio que usou não foi mais montado até sua morte, em 1906.

Líderes do movimento, como medo de manifestações a favor da monarquia, pediram que D. Pedro e sua família partissem naquela mesma madrugada. Dizem os relatos que a Imperatriz Tereza Cristina chorou, Isabel ficou muda e o imperador apenas soltou um desabafo: "Estão todos loucos!"

Os bastidores mostram que a proclamação da República é um fator a ser discutido por vários ângulos, mas apesar disso não deixa de ser uma mudança significativa na estrutura política do Brasil. Por isso o feriado deste dia vem lembrar que nossa democracia foi conquistada a duras penas, e a República se estabelece para concretizar estes ideais: liberdade e democracia.

http://board.br.ikariam.com/board175-jornal-o-ikariano/board177-edi%C3%A7%C3%B5es-anteriores/board717-30%C2%AA-edi%C3%A7%C3%A3o/134926-curiosidades-sobre-a-proclama%C3%A7%C3%A3o-da-rep%C3%BAblica/
http://www.brasilescola.com/historiab/proclamacaodarepublica.htm

7 de novembro de 2012

É frequente o descaso com o Ensino Público



Hoje pela manhã, vasculhando na internet notícias sobre educação, o que está ocorrendo no Brasil e no mundo, me deparei com uma reportagem sobre a ocorrência de atos de intimidação e ameaças à família da blogueira Isadora Faber, aquela menina de treze anos, que criou uma página do facebook para narrar a rotina  da escola que estuda, uma escola pública municipal de Florianópolis.  Este blog foi a sensação nas redes sociais por diversos fatores, mas principalmente porque denunciava situações de abandono do poder público, de má conservação da estrutura em que colocava em risco a vida dos próprios estudantes. As fotos postadas, tiradas pela própria Isadora surtiram um efeito devastador para ela e para sua família. Despertou um incômodo na instituição, tanto por parte dos professores e gestor, como da Secretaria de Educação.  A garota foi parar na delegacia por causa dessa iniciativa.
Alguns dias atrás, nos deparamos com uma notícia que repercutiu em rede social e despertou um sentimento de impotência diante de atitudes como a do secretário de educação do município de Imperatriz, no Maranhão que demitiu uma professora após a mesma ter postado em rede social as fotos dos alunos fazendo prova numa sala de aula com goteiras e amparados por guarda-chuva.
O que estes dois casos têm em comum? Duas situações de denúncias de problemas que persistem e não são resolvidos em escolas pública do Brasil, em dois extremos: uma no sul e outra no nordeste do país. Casos que provavelmente tenham sido notificados aos órgãos competentes e não tenham dado resposta, muito menos resolvidos. Chega um momento em que a sociedade, aquela que paga seus impostos  religiosamente, precisa saber onde seu dinheiro está sendo aplicado ou não. As redes sociais aqui estão fazendo o papel das manifestações que os movimentos sociais realizavam para o conhecimento de uma realidade escondida, omitida pelo poder público para deixar parecer que tudo está bonito, arrumado...  tudo está em ordem. E como o poder público lidou com esta exposição? Através da intimidação, da demissão, da punição, considerando um ato de vandalismo.
Onde nós estamos? Que país é este? Que democracia é esta? Até onde vai a responsabilidade do poder público? Como a sociedade se posiciona diante de problemas como estes?
No caso de Isadora, os educadores da escola não aceitaram a iniciativa da aluna e foram os primeiros a prestar denúncia na delegacia.  A sociedade se dividiu, uns apoiaram outros condenaram  a menina, chegando ao ponto máximo da intimidação de apedrejar sua residência e ferindo a cabeça da avó, já debilitada por doença degenerativa. A professora foi demitida e depois readmitida, porém  sob fiscalização dos próprios colegas de profissão.  Uma forma camuflada de supressão da liberdade de expressão, uma retaliação em virtude do confronto com o poder público, uma forma de dizer “não fale, não diga nada, deixe tudo aqui, senão...”

CÁLICE, afasta de mim este cale-se! A escola é espaço de construção de cidadania, de saber sobre seus direitos e lutar por eles, de formação de pensamento crítico para melhor se posicionar político e socialmente. Não estamos na ditadura militar onde a educação era voltada para a passividade, obediência e anulação.  A nossa educação tem que ser libertária! O Estado (poder público) deve estar preparado para receber as críticas e reivindicações de estudantes que conhecem seus direitos e exigem uma educação de qualidade. A obrigação é prover esta educação.







4 de novembro de 2012

A África está em nós, e sem negros não há Pernambuco!




Padre Antonio Vieira, em 1648, já dizia que “sem negros não há Pernambuco, e sem Angola não há negros”, o que nos remete a um questionamento sobre o conhecimento destas origens. O Brasil é o país que por mais tempo e em maior quantidade recebeu escravos vindos da África. Como colônia de Portugal fez parte do processo de escravização de negros africanos, prática já adotada nas colônias portuguesas implantadas na África.
A partir do século XV, Portugal se lança nas viagens marítimas comerciais para atender a uma política mercantilista baseada na exploração dos recursos naturais de terras “oficialmente” portuguesas, mediante o pacto colonial estabelecido durante o povoamento dessas terras. Algumas regiões da África, assim como no Brasil, fizeram parte da política colonialista implementada pelo governo português, facilitando assim o envio de negros escravos para o Brasil a partir do século XVI.
Durante o tráfico negreiro, vieram escravos de várias regiões da África, mas, segundo o  historiador especialista em História da África Philip Curtin, foi da Angola o maior número de escravos que abasteceu principalmente as capitanias do Rio de Janeiro, Pernambuco, Maranhão e Pará, entre os séculos XVII e XIX. Maurício de Nassau, com o interesse em abastecer o mercado pernambucano, consegue traçar uma rota entre o porto pernambucano e o maior mercado atlântico de cativos: Angola. Maurício de Nassau, com o interesse em abastecer o mercado pernambucano, consegue traçar uma rota entre o porto pernambucano e o maior mercado atlântico de cativos: Angola.
É interessante e pouca gente sabe, que no século XVII, o Brasil participou da tomada de Angola, quando foi invadida e ocupada pelos holandeses, partiu uma expedição saindo do Rio de Janeiro para ajudar Portugal recuperar a colônia africana. Esta expedição era composta, principalmente, de indígenas, africanos e seus descendentes. O resultado foi um grande número de brasileiros que ficaram por lá, estabeleceram residência. No século XIX, cidades como Luanda foram consideradas extensões do Brasil.
Nenhuma região manteve relações com Pernambuco do que o reino de Angola, situada quase em frente a Pernambuco, do outro lado do Atlântico, e que não foram só comercias, mas também históricas e culturais. André Vidal de Negreiros, herói da nossa guerra contra os holandeses, foi governador de Luanda. Eusébio de Queiroz, político influente e autor de legislação contra a escravidão foi um angolano que, a caminho das cortes de Lisboa, fez escala no Brasil e aqui permaneceu. Após a independência, a autonomia do Brasil foi o ideal de emancipação de Angola.
Pernambuco e Angola começam a estar ligados a partir do século XVI. No século XIX portugueses de Pernambuco emigraram daqui para fundar a colônia de Moçâmedes. Ainda entre os séculos XVIII e XIX as ligações de Pernambuco e Angola foram constantes sobretudo como resultado do tráfico de escravos e abastecimento de secos e molhados que era feito de Recife para Luanda. A emigração de portugueses de Pernambuco para Angola foi incentivado pelo governo português, como prova a publicação de um edital no “Diário de Pernambuco” no ano de 1849: passagem e sustento à custa do Estado, inclusive às famílias; transporte para móveis e objetos pessoais; “instrumentos artísticos ou agrícolas de quaisquer sementes”; terrenos na colônia a ser fundada e uma mensalidade durante os 6 primeiros meses após a chega ali.
Considerando estas relações, claramente nos identificamos com Angola em diversos aspectos: a identidade cultural é muito grande, a troca cultural é muito maior do que imaginamos, nossos negros e índios hoje têm traços culturais e físicos produtos desta relação. O sistema linguístico de Angola e Brasil são muito próximos, hoje falamos bantu sem saber. Não é interessante?
Mas o que conhecemos de Angola? Como se estabelecem as relações do Brasil com Angola hoje? Qual o sentimento de Pernambuco em relação a Angola? Por estas e outras questões, faço um convite: vamos conhecer um pouco mais dessa história?



29 de outubro de 2012

Para além de Vidas Secas – um projeto e tanto!




Esta semana, o escritor Graciliano Ramos faria 120 anos. Alagoano, nunca frequentou uma faculdade, foi revisor de dois jornais do Rio de Janeiro - “Correio da manhã” e “A Tarde”-  e foi prefeito em 1927. Ativista político, chegou a ser preso em 1936 sob a acusação de comunismo, e na prisão escreveu “Memórias do Cárcere” sobre a dura realidade brasileira. Realidade essa que fez parte de toda a inspiração de Graciliano na sua epopeia literária: fez parte do grupo de romancistas da década de 1930 caracterizada pela dureza na linguagem, pela visão crítica da sociedade.
Vidas Secas, publicada em 1938, foi a obra lida, discutida em sua temporalidade, no seu contexto histórico-social, em 2006 num projeto didático com as turmas do 2º ano, da então Escola Estadual de Itaparica, quatro anos antes da Referência. Injustiça social, miséria, fome, desigualdade, seca nos remete uma realidade não muito distante da nossa. Os personagens pareciam com alguém conhecido, a situação de pobreza e a busca por melhores condições de vida não estavam, naquele momento, distantes do cotidiano dos nossos estudantes. Imediatamente nos identificávamos com Fabiano. Em cada família, em cada membro das comunidades existia um Fabiano.
“ A mudança” estava presente na realidade de cada família, pois contávamos quantas pessoas tinham deixado seus filhos, esposas, namoradas aqui no sertão e viajado para o sul e sudeste do país em busca de melhores condições de vida. Como foi prazeroso identificar numa obra da nossa literatura tanta coisa de cada um que estava naquela sala de aula, dessa escola. O projeto nasceu dessa forma: se a nossa região tivesse condições de geração de trabalho e renda, as mudanças seriam mais raras. Os “Fabianos” permaneceriam aqui, seria um novo olhar, uma nova perspectiva sobre as mazelas sociais que assolam boa parte da população brasileira.
“Para Além de Vidas Secas” foi um projeto de esperança, de transformação de uma realidade, onde conseguimos encontrar alternativas de sobrevivência neste sertão árido, mas nosso. Conhecemos, visitamos e conversamos com o primeiro grupo de associação dos pescadores que trabalhavam no projeto de criação de tilápia. Boa parte destes pescadores, jovens, desistiu de migrar par ao sul do país em busca de subemprego, e se conservava em sua terra porque dali podia tirar seu sustento; outros jovens tinham retornado de outras regiões para onde teriam viajado em busca de emprego.
“Para Além de Vidas Secas” foi o espaço que construímos para conversar sobre as expectativas, perspectivas de futuro, foi a primeira experiência na pedagogia de projetos que tive com estudantes do ensino médio, e posso considerar que foi a mais significativa. Então, quero agradecer a Graciliano Ramos, por nos deixar fazer parte da construção destes  120 anos.



16 de setembro de 2012

Os crimes da Ditadura Militar - Comissão da Verdade, que verdade?


Durante os anos de 1964 a 1988 prevaleceu no país um regime militar responsável por mortes, tortura e desaparecimento de ativistas políticos, sindicalistas, estudantes e intelectuais. Após o golpe de 1964, que destituiu o então presidente João Goulart, os militares alternaram o governo brasileiro fundamentado na ideologia de defesa da ordem, disseminada por uma invasão de "comunistas". Esta ideia foi apoiada por uma parte da sociedade civil que não só se mobilizou para o golpe, como também estabeleceu relações políticas com o governo militar. Segundo artigo publicado na Revista de História da Biblioteca Nacional no mês de agosto de 2012, "é inútil esconder a participação de amplos segmentos da população no movimento que levou à instauração da ditadura em 1964. É como tapar o sol com a peneira".
Em 1979, o governo  brasileiro promulga a Lei da Anistia, concedendo perdão aos exilados políticos e aos militares envolvidos em violações dos direitos humanos. Com esta lei, nenhum militar ou agente do estado forma julgados e condenados por seus crimes. Todas as atrocidades, violências, torturas e mortes ocorridas no Brasil da Ditadura foram escondidas, a sujeira foi varrida para debaixo do tapete.
No ano de 1986, a Arquidiocese de São Paulo, com o arcebispo Paulo Evaristo Arns, publicou o livro "Brasil: Nunca Mais", denunciando o uso da tortura durante o regime militar. A partir daí, inicia um processo investigativo de documentos, testemunhos de vítimas, registros de julgamentos. O relatório final concluiu o que todos já sabiam, mas não tinha provas: os militares usaram de tortura no seu sistema judiciário. Devido ao processo de eleição direta, para reafirmar a democracia no Brasil depois de longos anos de ditadura, o processo foi adiado.
O povo não tem memória! Não é verdade! A história atual está saturada de memória. Uma memória que seleciona o que deve ser lembrado, e o que deve ser esquecido. A sociedade hoje, clama por justiça e quer ver nos anais da história a verdade sobre o Estado Militar. Cobra desse Estado onde estão os mortos, desaparecidos e torturados durante o regime militar. Que o Brasil mostre a verdade.
A Comissão Nacional da Verdade é uma comissão brasileira que visa investigar violações dos direitos humanos ocorridas entre 1964 a 1988 no Brasil. A comissão terá o direito de convocar vítimas ou acusados das violações para  depoimento, mas não terá o direito de punir ou recomendar que os acusados de violar os direitos humanos sejam punidos.
No Brasil, lugares públicos foram usados para o crime em cidades como São Paulo, Rio de janeiro e Recife, durante a Ditadura Militar. A Comissão da Verdade deverá investigar, reunir informações, assegurando às famílias o direito à memória.
Ainda é difícil afirmar quais serão as consequências da Comissão da Verdade. Adentrar nos porões da Ditadura trará verdades que envergonhará o Estado Brasileiro. O que fazer com as verdades reveladas?
http://agenciabrasil.ebc.com.br/noticia/2012-09-08/comissao-da-verdade-faz-audiencia-em-pernambuco-para-colher-testemunhos-sobre-perseguicoes-na-ditadur

12 de setembro de 2012

ENEM - ansiedade, medo. O que fazer?



Um pouco mais de um mês para o Enem, o quadro que se revela diante dos nossos olhos, meros professore das turmas de Terceiro ano é assustador: ansiedade, tensão, insegurança. Praticamente todas as fobias se manifestam no universo da cada sala de aula.  Poderíamos passar horas discutindo as causas e os efeitos provenientes deste fenômeno chamado ENEM, mas vamos abordá-lo a partir das perspectivas destes estudantes, as dúvidas, as incertezas e a plena convicção de que a aprovação e a nota deste exame determinará o rumo da vida de milhares de estudantes em todo o Brasil.
Determinar os rumos de sua vida profissional nesta idade – 17, 18 anos – é de uma crueldade imensa. Ser cobrado pela decisão tomada, pelo objetivo a ser alcançado, por não conseguir alcançar, pelos rumos que dará à sua vida, exige maturidade para responder a todos os desafios aos quais este estudante está sujeito.
A escola exige e cobra resultados. A família exige e cobra resultados. A sociedade exige e cobra resultados. E o nosso estudante? Como fica sua cabeça, seu coração diante de tanta exigência? 
A possibilidade de fracasso deixa de ser remota no pensamento de nossos jovens quando se aproxima a data de realização do exame e têm a nítida impressão de que ainda não estão preparados. É muito curioso observá-los a partir desta perspectiva. Se apresentam frágeis, inseguros, ansiosos, com medo. Medo de não corresponderem aos anseios da família, às exigências da escola, ao que a sociedade espera de cada um. A fragilidade e o nervosismo os deixam mais suscetíveis a momentos melancólicos, choro, sono. 
Para nós, educadores, que lidamos todos os anos com estas cenas, mudando apenas os personagens, percebemos que este momento específico é de acolhida, afeto e segurança. Mostrar o quanto são capazes, lidar com este turbilhão de emoções e prepará-los para uma resposta positiva, uma resposta negativa, lidar com os desafios e as superações. Neste contexto, a escola e a família devem assumir o seu papel, evitando concentrar as responsabilidades do fracasso ou do sucesso nos ombros tão frágeis desses jovens. 
Para nós, professores, pais ou responsáveis dos estudantes do Terceiro ano, essa é a hora de fazer do bicho papão do ENEM mais um degrau galgado pelos nossos estudantes, e se por ventura tropeçarem, sejamos o apoio que eles precisam para não caírem. 

5 de setembro de 2012

Mulheres indígenas, negras... mulheres.




Na década de 1930, mais precisamente na Constituição Federal de 1934, o Brasil avança na conquista dos direitos civis quando delega às mulheres o direito do voto. Para entendermos este avanço, nos remeteremos ao  início da República no Brasil, onde Código Civil de 1916 sustentou o princípio de que o homem era chefe da sociedade conjugal de confirmou em seus artigos a inferioridade hierárquica da mulher em relação ao homem. Mais tarde, a legislação tem um retrocesso quando a CF de 1937 suprime a igualdade jurídica dos sexos, que só voltaria aos textos constitucionais em 1967. A CF de 1988 teve a preocupação de igualar definitivamente homens e mulheres na forma da lei.
Porém, diante de todos os avanços, percebemos que essa igualdade civil e constitucional não se apresenta de forma efetiva na sociedade. Inferioridade, resignação, obediência e exclusão ainda fazem parte do processo histórico e social das mulheres brasileiras. E quando nos referimos às mulheres negras e indígenas, estas situações têm uma maior dimensão nas formas em que se apresentam.
Com o fim do colonialismo, as concepções enraizadas na sociedade brasileira permaneceram e se tornaram obstáculos para as conquistas das mulheres indígenas e negras. Essas mulheres sofreram brutalmente com a marginalização, a escravidão e a violência em sua dignidade por parte de uma sociedade construída sobre o símbolo social de poder (homem, cristão e branco).  Essas mulheres que tiveram como paradigma a mulher branca ocidental.
Racismo e sexismo são os principais fatores de desigualdades que afetam mulheres negras e indígenas no Brasil em toda a América Latina. A naturalização dessa desigualdade ocupa espaço em vários seguimentos da sociedade, como afirma o documento publicado na Federação Nacional dos Jornalistas:

As estatísticas demonstram que mulheres negras e indígenas são maioria nas áreas de extrema pobreza no país e apresentam as piores condições de vida. Sob o impacto da negação cultural, enfrentam os danos emocionais gerados pela violenta discriminação cotidiana de gênero, raça e etnia na sociedade, incluindo a violência doméstica”.

Apesar de estarem diante de um quadro estarrecedor, os movimentos de luta contra qualquer tipo de discriminação se manifesta através das lutas para quebrar preconceitos e violências no espaço privado (em casa), nas lutas sociais para assegurar sua inclusão nos espaços públicos.
Apesar dos séculos transcorridos de constante exclusão, as mulheres indígenas e negras continuam com seus processos de mudança e resistência, de reafirmação de identidade, encarando de frente os desafios dos tempos atuais, e avançam para que possam ser protagonistas da vida nacional

13 de maio de 2012

13 de maio - dia de luta contra o racismo


Hoje, 13 de maio de 2012, completa exatamente 124 anos da abolição da escravatura. No entanto, o que temos a comemorar? Mais e cem anos livres da escravidão e uma das maiores desigualdades social e econômica do mundo? Uma população descendente dos negros libertos pela Princesa Isabel que se encontra à margem de todo o contexto político, econômico e social, aos quais foram relegados depois da abolição?
A omissão do Estado Brasileiro em relação à situação em que ficaram os grupos de ex-escravos libertos e tirados das fazendas?
"Quando estávamos no Ensino Fundamental, aprendemos que a Princesa Isabel num ato de humanidade foi defensora da abolição quando assinou a Lei Áurea, lei que libertava todos os escravos do Brasil Imperial. Hoje percebemos que ela não tinha outra alternativa senão libertá-los." (Jayane - estudante do Ensino Médio). Movimentos abolicionistas ganharam respaldo popular, as críticas à legislação que estabelecia a abolição aos negros que completassem 65 anos (Lei dos Sexagenários) e ataques oposicionistas republicanos, pressionaram a uma decisão definitiva: a Abolição da Escravidão no Brasil. Um acontecimento que hoje denominamos de "falsa abolição da escravidão".  Para onde iriam uma massa de população de ex-escravos, sem emprego, sem terras, sem nada? Muitos deles arranjaram empregos que pagavam pouco, porque era tudo que os brancos lhe ofereciam. A liberdade dada aos negros escravizados, não tinha estrutura que garantisse a efetivação da cidadania.
Entre as consequências dos séculos de escravidão no Brasil, o país apresenta um quadro de exclusão social de uma população negra. Os descendentes de africanos não participam igualitariamente na sociedade brasileira, sendo vítimas de preconceito e discriminação racial manifestados pelo racismo contra negros e negras em nossa sociedade: desemprego, subemprego, falta de moradia, péssimos serviços de saúde e educação, falta de oportunicade de emprego, preconceito e discriminação racial em todos os níveis, são as mazelas sociais que atingem a maior parte dessa população.
Segundo o Mapa da violência de 2011, de cada três jovens assassinados, dois são negros; enquanto o assassinato de jovens brancos caiu 23,3%, o assassinato de jovens negros cresceu 13, 2%. No Relatório Desigualdades Raciais da UFRJ de 2010, consta que a cada dia morrem 2,6 mulheres pretas ou pardas por complicações na gestação.
O drama dos pobres se aprofundam estruturalmente quando em sua maioria são negros: a mulher negra, a criança negra, o idoso negro, o doente negro, o homem negro são vítimas da discriminação, vítimas do esquecimento.
A luta hoje é mais ampla, é uma luta por uma sociedade mais humana, justa e democrática. É a luta pela sobrevivência.

7 de abril de 2012

Questões sobre "Diário de Anne Frank" 3º Ano



  1. O Diário de Anne Frank foi escrito pela adolescente Anne Frank, no período de 1942 a 1944. Seria um diário como qualquer outro, escrito por alguma garota de 13 anos, com todas as inquietudes da adolescência se não fosse por ela estar vivendo num dos contextos mais difíceis da história da humanidade. Que contexto era esse? Explique o que estava acontecendo na Europa naquele momento.
  2. Ela tinha apenas 13 anos e, de repente, viu sua existência sofre uma transformação radical. Subitamente Anne estava vivendo com sua família e outros judeus escondidos em Amsterdam. Quem se abrigava com sua família e a que perigo estava sempre sob ameaça?
  3. Anne tem a ideia de escrever um diário que pudesse realmente ser publicado após ouvir uma transmissão radiofônica que incentivava as pessoas a documentar os eventos ligado à guerra. De que forma esse material teria significado futuramente? O que Anne escrevia nesse diário?
  4. Oficiais da Gestapo descobrem o esconderijo em 4 de agosto de 1944, prendem os refugiados e os conduzem para diversos campos de concentração. O holocausto é relatado de forma surpreendente e emocionante. O que você achou do livro?

18 de março de 2012

NAVIO NEGREIRO - Tragédia no mar


Poema de Castro Alves, denunciava a miséria a qual eram submetidos os escravos durante a travessia pelo Oceano Atlântico. Apesar de vigorar a Lei  Eusébio de Queiroz, que proibia o tráfico negreiro desde 1850, a prática ainda persistia em 1868, ano do poema. As condições em que eram transportados não eram dignas de nenhum ser humano.
O comércio de humanos enriqueceu as nações europeias no período da colonização da América e da África. Sustentados por ideologias que inferiorizaram os povos nativos destes dois continentes, legitimavam a venda de homens, mulheres e crianças vindas da África para as Américas.

 (...) 'Stamos em pleno mar... abrindo as velas
Ao quente arfar das virações marinhas
Veleiro brigue corre à flor dos mares
Como roçam na vaga as andorinhas


Donde vem? Aonde vai? das naus errantes
Quem sabe o o rumo se é tão grande o espaço?
Neste Saara os corceis o pó levantam
Galopam, voam, mas não deixam traço.

Em média, menos da metade dos escravos que embarcavam completavam a viagem com vida. Muitas perdas durante a travessia dos navios pela péssima condição em que eram transportados, sujeitos aos maus tratos, doenças, fome, uma travessia infernal. Embarcados como carga animal nos porões dos navios, viajavam acorrentados e como o espaço era pequeno para a quantidade de escravos, se revezavam, quem ficava em pé e quem sentava no chão. Chicotes, correntes, castigos eram práticas constantes durante a viagem. Uma forma de dominar o grupo e simbolicamente mostrar quem estava no comando

(...) Era um sonho dantesco o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite
Horrendos a dançar


Negras mulheres suspendendo às tetas
Magras crianças cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães.
Outras moças mas nuas e espantadas
No turbilhão de espectros arrastadas
Em ânsia e mágoas vãs.

Nos porões dos navios não existiam banheiros, nenhuma condição de higiene. A comida era jogada uma ou duas vezes por dia para que pudessem se alimentar. As fezes e a urina eram feitas no mesmo lugar onde eram acorrentados, como consequência a proliferação de doenças era muito comum, e a morte era certa. Como a quantidade de pessoas era muito grande, os corpos podiam até passar horas ou até dias no porão, antes de ser jogado no mar. Estrategicamente, os traficantes amontoavam grande número de escravos já prevendo as perdas e garantindo seu lucro.

Existe um povo que a bandeira empresta
Pra cobrir tanta infâmia e cobardia
E deixa-a transformar-se nesta festa
Em manto impuro de bacante fria!..
Meu Deus, meu Deus! Mas que bandeira é esta?
Que impudente da gávea tripudia?


Silêncio. Musa ...chora e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto
Auriverde pendão de minha terra
Que a brisa do Brasil beija e balança
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança (...)


A história da escravidão revela uma história de exploração e subjugação de povos e nações que não se enquadravam no modelo civilizatório e econômico da modernidade. Pessoas humanas foram violentadas no seu direito de liberdade, açoitadas, espancadas em sua dignidade, arrastadas para a miséria e exclusão sócio-econômica. No Brasil, os povos africanos perderam sua cultura, sua liberdade e suas riquezas e fez crescer uma massa de afro-descendente na marginalização, isto é, à margem de uma sociedade formada no modelo civilizatório europeu.
A história mostra ainda que as transformações são inevitáveis, e devem atender aos anseios de uma sociedade que luta por direitos sociais, políticos e civis para todos, com igualdade.










17 de março de 2012

CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS PARA O PROCESSO SELETIVO PREVUPE/2012


QUÍMICA 

· Substâncias e Misturas : separação de misturas
· Moderna Teoria Atômica: os números quânticos e distribuição eletrônica
· Ligações Químicas: iônica e covalente
· Soluções: título, concentração comum e concentração molar
· Termoquímica: variações de entalpia de uma reação e lei de Hess

HISTÓRIA 
· Feudalismo (idade média)
· Brasil República (Governo Collor)
· Brasil República (JK)
· Revolução Francesa – Transição da idade moderna para contemporânea
· Brasil – Década de 60 (música)

LÍNGUA PORTUGUESA 
·Compreensão e interpretação de textos,
· Funções da linguagem,
· Emprego das classes de palavras,
· Sintaxe da oração e do período,
· Pontuação,
· Concordância nominal e verbal,
· Regência nominal e verbal,
· Figuras de linguagem.


MATEMÁTICA 
· Função polinomial do I grau
· Função polinomial do II grau
· Progressão aritmética
· Análise combinatória
· Sólidos geométricos (poliedros)

FÍSICA 
· Cinemática Escalar
· Dinâmica
· Termologia

GEOGRAFIA 
· A Ciência Geográfica. O objeto de estudo da Geografia. Os métodos
análise da Geografia e os conceitos chaves.
· Alterações climáticas, efeito estufa, chuva ácida e camada de ozônio.
· A representação cartográfica dos fatos geográficos. As projeções cartográficas, as
escalas e os principais tipos de mapas.
· A dinâmica da população brasileira – A evolução do povoamento e os processos
migratórios. A estrutura da população.
· A urbanização no Brasil – A organização urbana e o papel das regiões metropolitanas.
Os principais problemas ambientais das grandes cidades brasileiras.

BIOLOGIA 
Bioquímica
· Água e Sais Minerais
· Carboidratos
· Lipídios
· Proteínas

· Ácidos Nucléicos
· Vitaminas
Citologia
· Membrana Plasmática
· Citoplasma e Organelas
· Divisão Celular
Histologia Animal
· Tecido Epitelial
· Tecido Conjuntivo
· Tecido Muscular
· Tecido Nervoso
A Classificação dos Seres Vivos
· Taxonomia
Vírus
· Características gerais
· Doenças
Os Cincos Reinos
Características gerais, anatomia e fisiologia, classificação e reprodução.
· Reino Monera
· Reino Protista
· Reino Fungi
· Reino Animalia
· Reino Plantae


8 de março de 2012

7 de março de 2012

5 de março de 2012

Revolução Pernambucana de 1817 - 06 de março


A Revolução Pernambucana do século XIX marca de forma efetiva os ideais de liberdade da então província de Pernambuco, no Brasil. Também conhecida como Revolução dos Padres, eclodiu em 06 de março de 1817. O que isso significa?
O Brasil era uma colônia de Portugal, viva sob a organização  política e econômica do governo português. As províncias criadas aqui no Brasil eram obrigadas a pagar altos impostos ao governo português, uma vez que o sistema colonialista se fundamentava num pacto colonial de exploração e pagamento de tributos à metrópole.
A população pernambucana estava insatisfeita com a cobrança de impostos que era obrigada a pagar por serviços que nem tinha acesso, como por exemplo o imposto sobre iluminação pública onde não existia energia. Somando-se a esse fator, o quadro de miséria e fome que assolava a população de Pernambuco, devido à queda do preço do açúcar, houve uma crescente influência das ideias iluministas.
As ideias revolucionárias se expandiram e formou um movimento com ideais de independência do Brasil e proclamação de uma República.
A Revolução tem início no dia 06 de março de 1817, liderada por Domingos José Martins, com o apoio de Antonio Carlos de Andrada e Silva e do Frei Caneca. Os revolucionários conseguiram conquistar Pernambuco e instalar um governo provisório que tinha como propostas básicas:
 a) proclamar a República;
b) abolir alguns impostos;
c) elaborar uma Constituição que estabelecesse a liberdade religiosa e de imprensa, bem como a igualdade de todos perante a lei.

Após dois meses de luta, as tropas portuguesas sufocaram o movimento e seus líderes foram condenados à morte.
A Revolução Pernambucana de 1817, conseguiu congregar religiosos, militares, intelectuais e populares em torno do ideal comum da emancipação política e do estabelecimento do governo republicano.
A atual bandeira de Pernambuco é a mesma que os revoltosos usaram em 1817.




O azul representa o céu pernambucano
O branco representa a paz
O arco-iris representa uma nova era
A estrela é Pernambuco iluminada pelo Sol do futuro
A cruz vermelha representa o Brasil como Ilha de Vera Cruz, primeiro nome do Brasil



A história dos Direitos Humanos - 1º Ano


Os Direitos Humanos são o resultado de uma longa história, e tem origem no conceito filosófico de direitos naturais, que seriam atribuídos por Deus. O início dessa caminhada se refere principalmente à religião, quando o Cristianismo afirma a igualdade dos homens numa mesma dignidade. Depois, várias correntes de pensamento inspiraram o atual sistema internacional de proteção dos direitos do homem.









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